JOSÉ POLICARPO
Nada está
indefinidamente garantido!
A propósito dos inúmeros casos
noticiados pela comunicação social de atos muito censuráveis e, alegadamente,
praticados por quem devia estar acima de quaisquer suspeitas, uma coisa é
certa, se a comunidade não for mais exigente na modelagem de caracter dos seus
cidadãos, não haverá Estado de Direito democrático que nos valha.
E
com isto não estou a particularizar nenhum setor do Estado, pois os problemas,
infelizmente, afetam todas as áreas. Já tivemos casos, nos setores da saúde,
educação, justiça, segurança, defesa, segurança social, na administração
regional e local. Não há, por isso, exceções. Há, contudo, não sei se muitas,
pessoas muito honradas e trabalhadoras, nos vários sectores do Estado. Não
confundo as árvores com a floresta. E digo árvores, porque elas são bastantes,
mas não é a floresta.
Tenho
para mim que, a família e a Escola, têm um papel insubstituível na modelação do
caracter dos indivíduos de uma determinada comunidade politicamente organizada.
Dirão os mais sabichões, isso é uma evidência, não passa de um chavão. Porém,
se as evidências não são praticadas pela maioria dos indivíduos que, constituem
a comunidade, as entorses sociais são uma consequência inelutável.
Ora,
para termos menos práticas que constituem atos ilícitos, teremos,
necessariamente, de educar e formar os indivíduos moldados sob os desígnios do
mérito, do trabalho, da dedicação e, sobretudo, da responsabilidade. De
contrário, a maior parte, achará que a impunidade é a regra.
E,
sendo a regra a impunidade, a consequência é que, os que não têm mérito,
chegarão mais longe na profissão e na vida. Para além de ser uma grande
injustiça, é sobretudo, a razão de termos uma sociedade, absolutamente,
assimétrica. Os mais ricos, são, verdadeiramente ricos, e os mais pobres, são,
irremediavelmente, pobres.
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