quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

FOI TÃO BOM SER PEQUENINO….

                                           UMA HISTÓRIA DE AMOR
Outrora no Alandroal, e suponho eu que noutras localidades, eram habituais grandes estadias de gentes do espectáculo tais como circos e teatros.
Chegavam a estar meses, e muitos criavam até raízes na terra.
Lembro-me perfeitamente de uma companhia de teatro, que esteve longos meses como hóspedes do Toribio, local onde presentemente se encontra o Talho Varandas.
Também de uma família de nome DALOT que dava nome ao Circo e que abancou durante vários meses nos Arrequizes onde montaram tenda e casa.
Além do Palhaço Batatinha, a grande atração desse Circo era o número onde um burro depois de várias peripécias se fingia de morto e organizava-se, para gládio da assistência, o funeral do mesmo, e ainda uma miudinha de dez anos que era a contorcionista da companhia.

Ora eu, com os meus oito aninhos, ainda mal acabado de entrar na escola primária, apaixonei-me profundamente pela artista circense. Paixão assolapada e digna de um Romeu, e como não era rapaz de me amedrontar, depois de muito matutar resolvi ir falar com o dono do circo, e solicitar autorização para namorar a dita.
Era Dalot, o dono do circo e pai da artista, grande amante da pesca, onde consumia, na ribeira de Terena os dias, …na mira de um robalo, carpa ou barbo que servisse para o sustento da família.
 Decidi valentemente (tal era a paixão), abordar de “caras” o pai da pretendida e solicitar autorização para o namoro.
Sabendo ele, que na horta do Chico Garcias (onde passei a minha meninice) estava um bom canavial, com canas da índia, (material excelente para fazer canas de pesca), respondeu ao meu pedido de namoro nos seguintes termos “ trazes-me umas canas da índia, e eu deixo-te namorar com a minha filha”.
Dito e feito. O canavial já era, deixei uma para amostra e o resto em grande atado foi caminho da tenda do circo.
Era o que o Dalot queria: de posse das canas, enfeixou - me uns tabefes  e põe-te a andar senão ainda levas mais.
Mas não ficou por aqui. Quando deram que o autor da proeza havia sido eu, … bem, levei poucas.
Xico Manel

1 comentário:

Anónimo disse...



OBS.


Dai-nos pois uma pequenina informação: qual era o nome da pequena e tão

graciosa Donzela? Duvido eu também que ela estivesse de acordo com os

dois enxertos seguidos que te aconteceram. Duvido mesmo muito. Chegaste

a sabê-lo?

Na minha opinião, isso foi, com certeza, "um grande Mal" porque os

Amores merecem tudo menos bordoadas. Bem sei que os tempos eram outros.

Mas sei também que aquele Amor era para ser "Eterno enquanto durasse".

Foi assim? Pensando bem, ainda hoje, deixou lastro e mantém algum lustro?

Saudações


ANBerbem