ERA ASSIM NOS ANOS 60

                       AS SESSÕES DA MEIA-NOITE

 Sabe bem recordar o passado quando o mesmo nos transporta aos tempos da adolescência, à descoberta do inatingível, aos sonhos inconcebíveis…é assim como um bálsamo que nos faz esquecer a idade, as limitações, que com o passar dos anos nada perdoam.

Muito aqui se tem lembrado o Domingos Maria Peças, com fundamento, diga-se de passagem, pelo muito que contribuiu com o cinema ambulante para o desenvolvimento cultural do Alandroal.

 Posta esta introdução e relembrando os tempos passados, vou hoje desvendar o que eram as sessões da meia-noite, que tinham lugar após a exibição do filme programado e exibido.

 Temos que recuar aos anos 50, 60 e parte de 70, onde tudo era proibido e pornografia (quanto mais proibida mais saborosa) podia até dar direito a “calaboiço”.

 A “malta” chegava à “Artística” e na compra do ingresso para o filme a exibir era-lhe sussurrado que: «vai haver sessão nocturna». Informação que só estava ao alcance de alguns privilegiados.

As chamadas sessões nocturnas começaram quando a TV principiou a retirar espectadores ao Cinema, reflectindo-se tal no produto da bilheteira.

Foi nessa altura que o Sr. Domingos numa 8mm nos proporcionava os agora chamados “VINTAGES”.

Para memória futura:

A sessão só começava após o Dr. Xavier regressar de casa para deixar a Dona Maria Helena que nunca faltava ao filme da noite.

Havia que confirmar que a GNR já havia cumprindo o seu serviço,pese embora muitas vezes regressasse à civil para ver o Fruto Proibido.

Havia espectadores que quando se fazia a “quete” (pagamento voluntário nunca superior a 25 tostões) se baldavam …mas que nunca deu motivo a que não visse o extasie final.

E agora…gente da minha idade digam lá se não ficámos a dever muito ao Peças?

E não foi só no aspecto cultural e recreativo!

Chico Manel