Política salarial
para a função pública
Na semana passada conclui-se, finalmente, o processo anual de
revisão salarial da função pública.
Não se entende
porque se reabriu um período de conversações com os sindicatos, após a
aprovação do Orçamento de Estado, se nada havia para atribuir.
Foi mais uma
fraude do governo em chamar novamente os sindicatos representativos dos
trabalhadores da administração pública para alimentar um período negocial,
criando expectativas, para no final oferecer um pouco de nada.
O aumento dado
aos funcionários públicos é insignificante. Resume-se a 0,3% para a
generalidade dos funcionários, e um valor bruto de 10€ para aqueles que possuem
remunerações até 683,13€, ou seja, será mais um ano em que os trabalhadores da
administração pública terão perda de poder de compra.
Imagine-se um
governo de uma outra cor politica a atribuir este aumento. Não faltariam
criticas, não faltaria contestação. A este governo tudo é consentido, ainda que
alguns mostrem discordâncias. Mas não passa disso. Estamos certos que a
insatisfação dentro da administração pública é cada vez maior, e que os danos
causados por esta política nos serviços são severos. Em muitos casos são bem
visíveis.
Esta Ministra já
havia feito estragos suficientes aos professores, travando carreiras e não
contando tempo de serviço. Foi a escolhida por António Costa para travar toda a
administração pública. Aliás, este modus operandi foi
aquele que tinha acontecido com os professores, reuniões e mais reuniões para
nada, apenas para ir retardando.
Este governo tem
um discurso e uma prática totalmente diferentes.
António Costa
referiu no período eleitoral que teria que ser valorizada a carreira técnica
superior, que se tinham que valorizar os salários. Pois é, mas isso foi em
campanha, não é para levar a sério.
Esta opção em
sistematicamente proceder-se a actualizações diferenciadas, actualizando apenas
as remunerações daqueles que vencem baixos salários, desvalorizando salários, é
uma visão altamente limitada do que um salário deve pagar.
Mas somos
governados por um Governo socialista pelo que não sei se deveríamos esperar
outra coisa.
Naturalmente que
a qualidade dos serviços degrada-se, quer pela desmotivação dos funcionários,
quer por dificuldades em recrutar bons quadros, por falta de atractividade em
exercer uma função pública, quer ainda pelo elevado envelhecimento dos
trabalhadores da administração.
Para o Governo há
sempre uma qualquer explicação positiva, ainda que pouco ou nada explique,
ainda que não traga quaisquer resultados.
Esta falta de
ambição e esta visão castradora que o Governo apresenta, resulta em permanentes
perdas sobretudo na classe média, sendo que o PIB per capita dos portugueses
caminha no sentido de ser um dos mais baixos da Europa.
Mas os
portugueses não se queixem, porque têm o que escolheram.
Até para a
semana
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