RUI MENDES
Autárquicas 2021
As direcções partidárias dos
sociais-democratas e dos democratas-cristãos deram esta semana o primeiro passo
para entendimentos nas eleições autárquicas de 2021.
Esse
será o caminho que ambos os partidos querem que aconteça.
Em
boa verdade o CDS tem apresentado, em muitos concelhos, listas conjuntas com o
PSD, o que tem permitido que algumas câmaras não tenham uma gestão à esquerda.
Em 2017 dezanove presidentes de câmara foram eleitos em listas de coligação
PSD/CDS.
Ambos
os partidos acreditam que, em coligação, será possível ganhar um maior número
de câmaras e, consequentemente, eleger maior número de eleitos locais.
As
direcções nacionais deram o passo e o sinal que se lhes exigia, no tempo em que
o deveriam ter feito.
Caberá
agora, porque este é o tempo de começar a amadurecer posições, que as estruturas
locais manifestem as suas opções.
As
estruturas locais de ambos os partidos terão uma palavra importante na
estratégia autárquica que será adoptada, como terão particulares
responsabilidades nos resultados que se atingirem.
Em
termos nacionais a posição assumida é claramente entendível. Por razões óbvias
haverá concelhos em que será o único caminho a seguir. Em particular nos
concelhos do Alentejo onde não fará sentido que a estratégia definida pelas
direcções nacionais não venha a ser adoptada.
Será
a forma de conseguir rentabilizar votos.
Será
a forma de conseguir disputar, de facto, a presidência de algumas câmaras.
Será
a forma de conseguir ter uma palavra na gestão de algumas câmaras, e de
conseguir dar dinamismo económico a alguns concelhos, e consequentemente
estancar ou inverter indicadores que, de ano para ano, se vem agravando, sem
que haja qualquer consequência.
A
televisão pública está a oferecer-nos uma notável série documental designada de
“nós portugueses”, onde nos mostram um retrato de Portugal, do drama da queda
da demografia, dos efeitos do despovoamento, do caminho para onde o país vai e,
particularmente, do país que seremos. A região Alentejo é aquela que apresenta
o maior envelhecimento da população e a mais baixa densidade populacional. As
políticas públicas nacionais, ou a ausência delas, terão aqui particulares
responsabilidades, mas a gestão dos territórios também têm a responsabilidade
dos eleitos locais, pelo que uns não poderão desculpar-se com a gestão dos
outros, algo que tantas e tantas vezes acontece. A falta de competitividade de
muitos destes territórios também deriva da apatia que se instalou em muitos
deles. Daí a necessidade de lhes injectar sangue novo para lhes dar vida, que é
o que lhes falta.
Até
para a semana
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