JOSÉ POLICARPO
A geração nova e a nova geração
A eleição do presidente novo do CDS, na minha
perceção, fez mais ruído comunicacional pela idade do que pelas propostas
apresentadas. Chamo-lhe ruído, porque a idade, o género, o credo ou a raça, não
deverão ser pressupostos para se poder ocupar o lugar de líder partidário.
O recém-eleito líder
do CDS é novo e apresentou-se à saciedade como aguerrido e determinado. Não
tenho dúvidas que são condições necessárias para se ser líder, só não sei se
tem as condições suficientes para o ser. Mas o tempo disso encarregar-se-á de o
fazer.
Na verdade, o país
mediático ainda está “preso”, no qual fazem parte as elites lusas, da esquerda
à direita do espectro partidário, a muitos preconceitos e de ideias pré-feitas.
A propósito disto, lembro-me sempre deste adágio “a idade é um posto”, será
nalgumas circunstâncias, e noutras não o é.
O certo é que a
geração que agora tem 30 anos, a idade do meu filho, vive muitas angústias pelo
facto do país que os instruiu não lhes oferecer os empregos para o qual está,
altamente, preparada. São a geração mais bem qualificada, pese embora essa
realidade, não consegue lograr a independência financeira. Ou vive da ajuda dos
familiares ou, então, a emigração é a única resposta.
A geração que agora
tem trinta anos não tem ninguém que os represente, politicamente. Os deputados
à assembleia da república ainda não acordaram para esta realidade. Por ventura
haja uma razão maior: atualmente, esta geração não dá votos porque a sua
maioria não vota. Mas, um dia votará. Não tenho dúvida alguma. Resta saber em
que projeto político.
Ora, os partidos
políticos que ainda não despertaram para esta realidade perderão,
necessariamente, o futuro. O futuro ganha-se falando claro e sem proclamações
vagas e ocas. Os jovens portugueses têm ser convencidos com medidas concretas e
exequíveis de que são indispensáveis para o futuro do país.
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