quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

A CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM


JOSÉ POLICARPO

                              A geração nova e a nova geração
A eleição do presidente novo do CDS, na minha perceção, fez mais ruído comunicacional pela idade do que pelas propostas apresentadas. Chamo-lhe ruído, porque a idade, o género, o credo ou a raça, não deverão ser pressupostos para se poder ocupar o lugar de líder partidário.
O recém-eleito líder do CDS é novo e apresentou-se à saciedade como aguerrido e determinado. Não tenho dúvidas que são condições necessárias para se ser líder, só não sei se tem as condições suficientes para o ser. Mas o tempo disso encarregar-se-á de o fazer.
Na verdade, o país mediático ainda está “preso”, no qual fazem parte as elites lusas, da esquerda à direita do espectro partidário, a muitos preconceitos e de ideias pré-feitas. A propósito disto, lembro-me sempre deste adágio “a idade é um posto”, será nalgumas circunstâncias, e noutras não o é.
O certo é que a geração que agora tem 30 anos, a idade do meu filho, vive muitas angústias pelo facto do país que os instruiu não lhes oferecer os empregos para o qual está, altamente, preparada. São a geração mais bem qualificada, pese embora essa realidade, não consegue lograr a independência financeira. Ou vive da ajuda dos familiares ou, então, a emigração é a única resposta.
A geração que agora tem trinta anos não tem ninguém que os represente, politicamente. Os deputados à assembleia da república ainda não acordaram para esta realidade. Por ventura haja uma razão maior: atualmente, esta geração não dá votos porque a sua maioria não vota. Mas, um dia votará. Não tenho dúvida alguma. Resta saber em que projeto político.
Ora, os partidos políticos que ainda não despertaram para esta realidade perderão, necessariamente, o futuro. O futuro ganha-se falando claro e sem proclamações vagas e ocas. Os jovens portugueses têm ser convencidos com medidas concretas e exequíveis de que são indispensáveis para o futuro do país.


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