JOSÉ POLICARPO
A vergonha das vergonhas
O acontecimento político mais zurzido na semana
passada foi a censura à palavra “Vergonha” feita pelo presidente da assembleia
da república, o socialista Ferro Rodrigues. O presidente da assembleia da
república é a segunda figura do Estado português e a ele cabe representar os
deputados que, são os representantes eleitos, pelo povo português. Não é um
dever menor, por isso, esta figura do Estado português tem deveres e não
direitos acrescidos.
O parlamento dos
representantes do povo é um local onde a discussão e o contraditório são exercidos
por natureza. A limitação do exercício da liberdade de expressão de um
parlamentar só deverá ocorrer em circunstâncias muito, muito próprias. Naquelas
circunstâncias onde o bom nome e a reputação das pessoas possam estar em causa.
Na verdade, a utilização
do adjetivo vergonha no parlamento para classificar uma atuação de um qualquer
governo, faz parte da linguagem parlamentar há muito utilizada. Haja, por isso,
o primeiro a atirar a primeira pedra…
Ora, o episódio
verificado na última semana no parlamento português praticado pelo presidente
da assembleia da república que proibiu um deputado de proferir a palavra
vergonha, não enfraquece o emissor de tal palavra. Pelo contrário,
descredibiliza, isso sim, o censor.
Consequentemente há
uma questão que deve ser levantada: Quem pensa assim, é credor do respeito
institucional que detém? Tenho muitas dúvidas disso. Mas, também, não posso
esquecer-me que fora eleito com uma larga maioria dos deputados…
Sem comentários:
Enviar um comentário