segunda-feira, 25 de novembro de 2019

EPISÓDIOS DESCONHECIDOS DE HERÓIS DA NOSSA TERRA – Por A.N.B.

               O  CAPITÃO  D.L. de SEQUEIRA  no  NAVIO – ALMIRANTE
i)                   «Contar histórias e vidas de alandroalenses, merecia ter um Lugar alto na Escola de Línguas Local» ( ab)
ii)                 «Terríveis Lusitanos (…) sabem aguardar o momento em que preparam o ataque e tudo assolam» (S. Zweig)

1)     O conjunto de episódios e cenas históricas que a seguir vão ser contadas, recentram-se na vida de “um Capitão alandroalense” que andou vários anos no Índico e pelas Índias das especiarias, no Século XVI, em nome da riqueza de Portugal e do prestígio do Rei D. Manuel I, venturoso Amo e Senhor das Pérsias.
A cena de abertura desta descrição pode pois começar a ser narrada assim:
 --- Chave à mão, o processo seguido é o de não mandarem logo a frota armada; Diogo Lopes de Sequeira sai de Lisboa no início de 1509 com quatro navios e recebe ordem de ladear cuidadosamente Malaca (situada perto da Singapura de hoje, cujo valor estratégico os Ingleses nunca perderam de vista), reconhecer bem o terreno e mostrar-se somente como negociante, animado de intentos pacíficos. Daí o Tratado de Amizade e Comercio que levava consigo.
Contudo, desde há muito, (Vide “A Biografia de Fernão de Magalhães por Stefan Zweig, Expresso, 2019, uma excelente obra do ponto de vista histórico e literário) se sabia que a notícia das batalhas e carnificinas dos Almeidas e dos Albuquerques se espalhara por milhares de milhas (…) em redor.
Quanto ao sultão de Malaca (Setembro de 1509) esse recebe os enviados de Sequeira com excessos de delicadeza e agradece os seus presentes. Dentro de alguns dias Ele lhe mandará toda a pimenta e especiarias que possam levar. Entretanto convida os capitães para um repasto no seu palácio.
O sultão dera uma “emboscada” ordem para que Sequeira mandasse, na manhã seguinte, todos os barcos à praia para poderem embarcar tão preciosa carga.
2)
Sequeira, radioso (…) como fidalgo português, ele próprio considerava o comércio abaixo da sua dignidade; fica a bordo a jogar xadrez (um jogo inventado pelos indianos) com um camarada, o que de mais inteligente e entretido se pode fazer num navio.
Qualquer coisa, porém, impressiona Garcia de Sousa, o capitão da pequena caravela que acompanha a frota: “cada vez é maior o número de barcos Malaios em volta dos quatro navios isolados.” O capitão desconfia. Não se tratará, afinal, de um ataque combinado por mar e terra?...  
Garcia de Sousa dá ordem ao melhor dos seus homens para ir avisar o Capitão do navio-almirante. O homem de mais confiança era um tal Fernão de Magalhães, o Capitão era Sequeira que continuava a jogar xadrez.
           3)
            Fernão de Magalhães repara com desagrado (…) que alguns malaios vieram postar-se atrás dos jogadores para ver o jogo. Sem ser notado, F. Magalhães cicia ao ouvido do Capitão a sua forte suspeita. Com o mais admirável sangue-frio, o Capitão Sequeira, continua a jogar para desviar o alarme e ordena a um marinheiro que suba à gávea, muito atento a tudo o que observe.
O aviso de Fernão de Magalhães esse chegara no último instante. No cesto da gávea, o marinheiro dá (enfim) o sinal de alarme. De um salto, ergue-se Sequeira e atira os malaios para o lado, antes de eles terem tempo de o ferir. Magalhães desviara-lhe a tempo uma punhalada.
Sequeira ganhou assim tempo para mandar levantar âncoras; em plena actividade os nossos canhões limpam o ar, em redor. Foi graças à vigilância de Sousa e à prontidão sagaz de Fernão de Magalhães que se malogrou o ataque aos navios.
 Quanto aos desgraçados portugueses (entre 25 e 30) que andavam em terra esses estavam perdidos contra os inimigos rancorosos. Afonso de Albuquerque haveria depois de resgatar alguns deles.
     4)
      E pronto. Foi assim que mais tarde, Outubro de 1510, quando Afonso de Albuquerque, o novo Vice-Rei convocou os capitães para os consultar sobre o cerco de Goa também F. de Magalhães já estava na lista.
  Afonso de Albuquerque pretende e vai conseguir vingar sob a forma de uma carnificina a derrota sofrida por D.L. de Sequeira em Malaca. São 19 navios, uma autêntica armada de guerra que acaba por chegar novamente a Malaca. Em Julho de 1511 abre-se o combate terrível contra o sultão traiçoeiro.
Passaram-se seis semanas (6) até A. de Albuquerque conseguir finalmente quebrar a resistência do sultão caindo-lhe nas mãos uma presa como nunca se tinha conseguido haver.
Conquistada Malaca, tem Portugal às suas ordens todo o mundo oriental. Está cortada a artéria principal do comércio maometano. Todos os mares (dizemos nós) se tornariam agora um vasto poder Oceano português.
Em suma, as partes iniciais da saga e conquista portuguesa da Índia e depois de o Papa agradecer aos Portugueses este feito glorioso teve no seu arranque um grande alandroalense. Sabia-se isto de  D.L. de Sequeira mas ainda é caso para exclamar em voz alta: “Ora esta?”
 5.
Conclusão.
Vamos enfim reparar e clamar junto do Al tejo, que a retirada e derrota de D.L de Sequeira em Malaca criou em Afonso de Albuquerque uma forte indisposição figadal e desilusão estratégica (e até mesmo um certo distanciamento e indiferença pessoal contra o oficial D.L. de Sequeira) que só viria a resolver-se com o assalto final à cidade malaia sob uma forte chacina sanguinária. Completamente anticristã, absolutamente antiCrística e pesadamente anticatólica: o ataque deixou tudo devotamente a arder e em altas Chamas!  
Razão teve, por bandas, Fernão Mendes Pinto quando sentenciou que afinal que “ por mais que seja(m) santa(s), a guerra é a guerra”. Sejam elas mouras, cruzadas cristãs, e judaicas. Imperiais, mundiais, nacionais e americanas. Chinesas ou comerciais.
O certo é que, até hoje e amanhã, nunca deixaram de tornar a acontecer. O Homem é um Lobo do Homem e, como disse um dia o Papa polaco João Paulo II, “ Jesus Cristo ainda não desceu da cruz”.
 Eis-nos, portanto, chegados ao Fim desta narrativa estribada no talento do grande escritor austríaco. Esperemos que mais este desafio de “encimar e realçar historicamente D.L. de Sequeira” sirva à Escola Popular e à Consolação obtendo-se daí alguns resultados.
         Nª Senhora da Conceição que acompanhou sempre este   
         Sequeira, herói local, e esteve protectora pelas Índias
         Orientais, saberá esperar. Desde Goa, Malaca, e Maçuá até
        ao Alandroal  tempos novos  ainda estão por chegar.

      Saudações Democráticas
                    António Neves Berbem
          ( 20 de Novembro de 2019)

3 comentários:

Anónimo disse...



OBS:


Por esta vez, tenho mesmo que intervir neste espaço para recomendar às

televisões (por cabo e generalistas) que, em vez de fazerem tanto lixo

cultural e desportivo, à custa de uma certa ignorância e manipulação das

massas (mas isso é apenas o que as TVs vão julgando que pensam e enganam-

se) podiam, cá por casa e pelo país, fazer uma cobertura em directo de

excertos vividos das "Viagens e Andanças Pelos Mares de Diogo Lopes de

Sequeira". Teríamos assim o Alandroal no plano que historicamente merece.

Bom, e ainda há que outra coisa que temos de dizer, como Diogo Lopes de

Sequeira andou também fazendo turismo por algumas ilhas paradisíacas

do Indico antes da jogatana de xadrez, em Malaca, porque não fazer

também um programa ao vivo, em directo, sobre a geminação de Malaca da

Malasia com o Alandroal do Alentejo. Acham que seria inovador?

Em conclusão: o que devia estar a acontecer é tem que ser,é as

Televisões e as resmas de comentadores radialistas não levarem a

gente por parvos.

Fica-lhes mal e, mais tarde ou mais cedo, tirando o cacau que

ganharam vão chegar à CONCLUSão que tanta merda não valeu a pena.

Não nos lixem, seus galinhos da Índia como diria o J. Saramago.


Saudações democráticas


ANBerbem

(PS: caso este comentário atente alguns ouvidos, devo dizer que também nos sentimos agredidos com tanta e tão desusadas parvoíces das Televisões)


francisco tátá disse...

Um grande aplauso para o comentário do Berbem. Já chega de Jesus! O que é demais cheira mal! Modere-se Senhor Presidente Rebelo de Sousa!

Anónimo disse...



OBS.


Acrescentemos, ao vivo e de viva voz, que um Presidente da Republica assim

e/ou como o actual, não deixa de ser "um Populista todo o terreno". Para o

qual embora de uma maneira sibilina vai valendo tudo. E do mais que for

necessário. Convinha-lhe ter, no entanto, presente a lição do seu padrinho

Marcelo. Refugiou-se no Carmo e na Trindade... e quando deu por Ele a

derrota tinha sido e aconteceu-lhe historicamente rápida e total.Num dia.

Brincar, todos o podemos e devemos fazer, Brincar com um Povo tem outras

Consequências.Fidelidade, Oh nosso Jesus,SIM, mas que seja de ambas as

partes!


Saudações Democráticas


ANB