Não há webfesta como esta!
Terminou mais uma websummit e,
também mais uma vez, houve quem procurasse desmerecer o evento. Confesso que
não percebo este espírito de implicar com o que é, ou até mesmo que ainda só
possa vir a ser, bom para o país. Consigo entender por parte de indivíduos, em
conversa de café, embirrações geracionais com certas “modernices”. Até as que,
elevando o tom ao apocalíptico anúncio do Armagedeão, nas entrelinhas podem
servir para arrefecer exaltações precoces que, no lado oposto, endeusam certas
figuras e veneram outras tantas práticas, inquestionavelmente.
A
websummit começou por ameaçar a paz dos lisboetas, ao alvitrar-se que iria
lançar a confusão na cidade. Estive por lá, na cidade, desta vez, e só a notei
com cuidados redobrados em informação pública, o que até me beneficiou, a mim
que não fui à festa. Quando da edição em que se lançou o programa de voluntariado,
conheci jovens que o aproveitaram (sim, isso mesmo, aproveitaram) e estou em
crer que lhes abriu horizontes vários. Um dos quais precisamente a tal
relativização sobre este mundo ser “do outro mundo” e se reger pelas mesmas
regras que todos temos vindo a construir, há umas décadas, para irmos vivendo
mais confortavelmente.
O
voluntariado não é uma solução óptima para a realização profissional de jovens,
não senhor. Nem me parece que o queira ser. Também não me parece que seja a
solução desejável para uma empresa que queira ter sucesso. A menos que a
empresa, instituição ou associação de índoles várias, dependa de pessoas que
não se empenhem por forma a obter dividendos directos do seu funcionamento, mas
que só indirectamente se sintam beneficiados e se predisponham a colaborar
pontualmente. Sem vínculos ou comprometimento mais sério, como um contrato de
trabalho deve ser. Um risco calculado, imagino. Confundir o voluntariado com
isto, em qualquer das perspectivas, e reclamar com a sua existência resistindo
ao seu sucesso é de quem ou não aprendeu nada com as novas gerações, ou de quem
acha que certas festas partidárias não são simultaneamente ócio e negócio, para
uns e/ou para outros. Era bom que tratassem estas questões sem tentarem
enfiar-nos olhos dentro falsos moralismos sociais.
Até
para a semana.
Claudia Sousa Pereira
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