Os Burghers Portugueses são um grupo étnico do
Sri Lanka descendentes de cingaleses e portugueses, católicos e falantes do
indo-português do Ceilão, uma linguagem crioula de origem portuguesa. Os Burghers portugueses são
maioritariamente descendentes de mestiços de origem portuguesa e cingalesa,
geralmente pai português e mãe cingalesa ou mãe descendente de portugueses com
pai cingalês. A sua origem remonta à chegada dos portugueses, após a descoberta
do caminho marítimo para a Índia, em 1505.
Quando os holandeses tomaram as costas
do Sri Lanka em 1656, antigo Ceilão Português, os descendentes dos portugueses
refugiaram-se nas montanhas centrais do reino Kandyan, sob domínio cingalês.
Com o tempo descendentes de portugueses
e holandeses casaram entre si. Embora a língua portuguesa tivesse sido banida
sob o domínio holandês, estava tão difundida como língua franca do índico que
até os holandeses a falavam. No Censo de 1981 os Burghers (holandeses e
portugueses) contavam cerca de 40.000 (0,3% da população total do Sri lanka).
Numerosos apelidos de origem portuguesa
permanecem até hoje, como Perera, Pereira, Abreu, Salgado, Fonseca, Fernando,
Rodrigo e Silva que se tornaram parte da cultura do Sri Lanka.
Korlai (India)
- Korlai é uma aldeia que fica perto das ruínas da antiga
cidade fortaleza de Chaul construída pelos portugueses no séc. XVI, em 1534.
Chaul foi uma das cidades mais importantes e estratégias do Império Português
do Oriente, de tal forma que era uma cidade bem apetecida para os adversários
dos portugueses.
Os portugueses começaram a frequentar
aquelas águas a partir de 1501, com o apoio do potentado local que se fizera
vassalo do rei de Portugal para se livrar da influência do Samorim de Calecut. A povoação conta com cerca de 900
falantes, no entanto encontra-se ainda por estudar, pois ainda não há nenhum
estudo sobre a língua ou sobre os costumes deste povo.
A descendência de Korlai resulta da
presença de soldados Portugueses que se casaram com as nativas, bem como um
pequeno grupo de mulheres de Goa que se casaram com portugueses. Os seus
costumes e tradições indicam essa origem e incluem a religião cristã, a
celebração de diversas festividades e até músicas populares.
Tugu (indonésia)
- Não é fácil chegar a Tugu,
a nordeste de Jacarta, capital da Indonésia. Mesmo ao fim-de-semana, o trânsito
que liga à aldeia é caótico, devido à proximidade do porto de Tanjung Priok, o
principal do país, com cerca de 430 hectares.Apesar dos inúmeros camiões que
entopem a estrada principal, sente-se uma tranquilidade ao chegar a Tugu, um
ex-líbris de Portugal.
Junto ao cemitério e à igreja branca datada do século
XVII, há um espaço aberto e arvoredo que lembra o centro de algumas aldeias portuguesas,
até pelos idosos que por ali vão deixando cair o tempo.
Os ancestrais dos tugu estão ligados aos
escravos dos portugueses na Índia que foram levados para a Batávia,
antiga Jacarta, por holandeses.
Ainda no século XVII, após o fim do
império colonial português no Sudeste Asiático, chegaram àquela zona
comerciantes, artesãos e aventureiros oriundos de Malaca, Ceilão, Cochim e
Calecute. O cruzamento entre os dois grupos fez nascer os chamados “Portugueses
Negros”, que tinham em comum a língua portuguesa e a religião cristã.
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