JOSÉ POLICARPO
O pântano político
está ao virar da esquina!
O vigésimo segundo governo
constitucional tomou posse no passado sábado e ficámos a saber que as grandes
medidas a levar a cabo pelos setenta governantes, ministros e secretários de
Estado, só terão repercussões daqui a quatro anos.
Em
princípio os problemas não seriam elevados se a presente legislatura fosse
concluída, mas na minha opinião não terá condições para sê-lo. O partido
socialista teve uma maioria relativa e irá precisar do apoio das restantes
bancadas para fazer passar orçamentos de Estado e reformas estruturantes.
Ora,
o Bloco e o Partido Comunista não estão interessados em reformar o país. A
participação e reivindicações destas duas forças partidárias há muito que se
esgotaram com a reversão das privatizações e com a devolução dos rendimentos
dos funcionários públicos e dos pensionistas.
O
PSD, com a sua atual liderança, não conseguiu passar uma ideia de alternativa
às políticas apresentadas pelo partido socialista, ainda que em campanha
eleitoral se tenha demonstrado mais aguerrido.
Com
efeito, aquilo que apresentou, nalguns casos, colocou-se incompreensivelmente
ao lado do bloco e do partido comunista. Houve, aliás, no pós-eleições, quem
pertencendo à liderança do partido alvitrasse a possibilidade de viabilizar o
orçamento de estado para o ano de 2020. Portanto, por estas e por outras
razões, que, certamente, surgirão as condições para a instalação do pântano
político em Portugal estão, inequivocamente, criadas.
Por
isso, só nos resta aguardar, pacientemente, que o atual ciclo politico passe o
mais depressa possível e, que surja um outro, com uma visão de futuro, sem a
captura dos interesses corporativos.
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