quinta-feira, 17 de outubro de 2019

A CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA DIANA/FM


                                                                   EDUARDO LUCIANO
                           Três breves comentários
As condenações a pesadas penas de prisão de dirigentes políticos catalães por parte do tribunal ao serviço do regime espanhol estão a provocar uma onda de protestos na Catalunha.
Manifestações pró democracia estão a ser severamente reprimidas pela polícia o que está a provocar reacções de violência por parte dos manifestantes, que acusam o regime espanhol de recusar o diálogo e impor pela via judicial uma solução que levará ao extremar das posições e a um beco sem saída.
Os manifestantes pró democracia recusam abandonar as ruas até que a via do diálogo seja reaberta pelo regime de Madrid.
Se a coisa se estivesse a dar noutras latitudes seria assim que a notícia seria amplamente divulgada.
Por cá existe uma preocupação excessiva com o facto de não existirem acordos escritos entre o partido que assume a governação e os partidos que viabilizaram a formação e manutenção do anterior governo.
Com papel assinado ou sem papel assinado o PCP repetiu o que disse durante a anterior legislatura. Que o seu primeiro compromisso era com os trabalhadores e o povo e que não iria permitir e daria combate a manobras artificiais de desestabilização inseridas na dinâmica revanchista de sectores e forças reaccionárias.
Tal como aconteceu na última legislatura, todas as medidas e iniciativas que promovam avanços na recuperação de direitos e novas conquistas contarão com a mesma posição do PCP.
Não foi o papel que vinculou o PCP às medidas legislativas que considerou positivas, nem foi o papel que impediu o PS de se encostar à direita nas alterações à legislação laboral.
Este governo, tal como o anterior, é um governo minoritário do PS e precisará, como o anterior, de construir soluções que garantam a sua estabilidade.
A diferença é que a comunicação social deixará de papaguear que este é um “governo das esquerdas” como fazia erradamente (e propositadamente) em relação ao governo anterior.
Saíram os primeiros resultados dos concursos da DGArtes e a coisa é aterradora para o Alentejo Central que parece ser território onde as Artes e a Cultura não merecem qualquer apoio por parte do governo.
A confirmarem-se estes resultados, após o período de resposta por parte dos interessados, estaremos perante uma violenta machadada nos agentes culturais do Alentejo.
Não se trata de comparar ou contestar a distribuição das verbas disponíveis pelas diversas regiões. Trata-se de exigir um efectivo reforço destas verbas garantindo que todas as estruturas que cumpram os critérios do concurso sejam financiadas.
Conquistar 1% do Orçamento de Estado para a Cultura já deixou de ser um objectivo porque o PS na campanha eleitoral defendeu o dobro da percentagem.
A luta agora é por um reforço imediato do financiamento disponível e pelo cumprimento, já no próximo orçamento, da promessa eleitoral.
Tenho a certeza que mesmo sem papel assinado não faltarão votos na Assembleia da República para viabilizar a inclusão desta medida no Orçamento.
Até para a semana


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