EDUARDO LUCIANO
Três breves
comentários
As condenações a pesadas penas de prisão
de dirigentes políticos catalães por parte do tribunal ao serviço do regime
espanhol estão a provocar uma onda de protestos na Catalunha.
Manifestações
pró democracia estão a ser severamente reprimidas pela polícia o que está a
provocar reacções de violência por parte dos manifestantes, que acusam o regime
espanhol de recusar o diálogo e impor pela via judicial uma solução que levará
ao extremar das posições e a um beco sem saída.
Os
manifestantes pró democracia recusam abandonar as ruas até que a via do diálogo
seja reaberta pelo regime de Madrid.
Se
a coisa se estivesse a dar noutras latitudes seria assim que a notícia seria
amplamente divulgada.
Por
cá existe uma preocupação excessiva com o facto de não existirem acordos
escritos entre o partido que assume a governação e os partidos que viabilizaram
a formação e manutenção do anterior governo.
Com
papel assinado ou sem papel assinado o PCP repetiu o que disse durante a
anterior legislatura. Que o seu primeiro compromisso era com os trabalhadores e
o povo e que não iria permitir e daria combate a manobras artificiais de
desestabilização inseridas na dinâmica revanchista de sectores e forças reaccionárias.
Tal
como aconteceu na última legislatura, todas as medidas e iniciativas que
promovam avanços na recuperação de direitos e novas conquistas contarão com a
mesma posição do PCP.
Não
foi o papel que vinculou o PCP às medidas legislativas que considerou
positivas, nem foi o papel que impediu o PS de se encostar à direita nas
alterações à legislação laboral.
Este
governo, tal como o anterior, é um governo minoritário do PS e precisará, como
o anterior, de construir soluções que garantam a sua estabilidade.
A
diferença é que a comunicação social deixará de papaguear que este é um
“governo das esquerdas” como fazia erradamente (e propositadamente) em relação
ao governo anterior.
Saíram
os primeiros resultados dos concursos da DGArtes e a coisa é aterradora para o
Alentejo Central que parece ser território onde as Artes e a Cultura não
merecem qualquer apoio por parte do governo.
A
confirmarem-se estes resultados, após o período de resposta por parte dos
interessados, estaremos perante uma violenta machadada nos agentes culturais do
Alentejo.
Não
se trata de comparar ou contestar a distribuição das verbas disponíveis pelas
diversas regiões. Trata-se de exigir um efectivo reforço destas verbas
garantindo que todas as estruturas que cumpram os critérios do concurso sejam
financiadas.
Conquistar
1% do Orçamento de Estado para a Cultura já deixou de ser um objectivo porque o
PS na campanha eleitoral defendeu o dobro da percentagem.
A
luta agora é por um reforço imediato do financiamento disponível e pelo
cumprimento, já no próximo orçamento, da promessa eleitoral.
Tenho
a certeza que mesmo sem papel assinado não faltarão votos na Assembleia da
República para viabilizar a inclusão desta medida no Orçamento.
Até
para a semana
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