Usando o pseudónimo António Tátá, em homenagem ao pai do amigo Francisco Tata.
O
GUADIANA
Moinho do Guadiana
Eu fui
Guadiana abaixo
Pelas margens do rio,
Hoje procuro e não acho
A beleza que lá existiu.
Pelas margens do rio,
Hoje procuro e não acho
A beleza que lá existiu.
Quando eu
era menino
Junto à margem raiana,
Corria o velho Guadiana
Que hoje não descortino.
Traçado tinha o destino
O Alqueva dele fez riacho,
Levou o rio lá pra baixo
E com ele toda a beleza…
Assim, com essa tristeza,
Eu fui Guadiana abaixo.
Junto à margem raiana,
Corria o velho Guadiana
Que hoje não descortino.
Traçado tinha o destino
O Alqueva dele fez riacho,
Levou o rio lá pra baixo
E com ele toda a beleza…
Assim, com essa tristeza,
Eu fui Guadiana abaixo.
Eu vi
nesse percurso
Videiras milenares,
Papoilas brancas seculares
Ao longo do seu curso.
Homem sábio em discurso
Falou com muito brio,
Das pedras que descobriu
Com covinhas gravadas…
As histórias que são contadas
Pelas margens do rio.
Videiras milenares,
Papoilas brancas seculares
Ao longo do seu curso.
Homem sábio em discurso
Falou com muito brio,
Das pedras que descobriu
Com covinhas gravadas…
As histórias que são contadas
Pelas margens do rio.
As
correntes e redemoinhos
Sumiram-se da paisagem,
A água na sua passagem
Afogou os velhos moinhos.
Para o fundo sozinhos
Foram como um fogacho,
Lá permanecem debaixo
Longe da vista humana…
Nesta margem alentejana,
Hoje procuro e não acho!
Sumiram-se da paisagem,
A água na sua passagem
Afogou os velhos moinhos.
Para o fundo sozinhos
Foram como um fogacho,
Lá permanecem debaixo
Longe da vista humana…
Nesta margem alentejana,
Hoje procuro e não acho!
O tempo
que está incerto
Acaba por se transformar…
Tudo aqui pode mudar,
Quer seja longe ou perto.
Nada é dado como certo
E o rio não resistiu,
Nas profundezas sumiu
Pra mal dos meus pecados…
Tem os dias contados
A beleza que lá existiu!
Acaba por se transformar…
Tudo aqui pode mudar,
Quer seja longe ou perto.
Nada é dado como certo
E o rio não resistiu,
Nas profundezas sumiu
Pra mal dos meus pecados…
Tem os dias contados
A beleza que lá existiu!
António
Tátá
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