segunda-feira, 29 de julho de 2019

APLAUSOS A MIGUEL CARVALHO E À VISÃO

Com o nome de “ARQUIVO MORTO” e publicado na Revista Visão, Miguel Carvalho. brinda-nos amiúde com artigos de excepção que nos revelam episódios passados, muitos deles totalmente desconhecidos do grande publico. 
porque gostamos de partilhar com todos, assuntos que consideramos, podem acrescentar algo à nossa história passada, PERMITIMO-NOS, UMAS vezes citando o Autor, outras acrescentando algo da nossa lavra dar-lhe a conhecer parte ou partes do conteúdo desses mesmos artigos. Honra a Miguel Carvalho e à Visão


AS ANEDOTAS ESQUECIDAS DE SALAZAR E OUTRAS HISTÓRIAS DE VASCO Queiroz

 Se fosse aqui há cinquenta anos, nem Miguel Carvalho, que escreveu esta cronica, nem eu, que tive o desplante de a transcrever em parte, nos safávamos de ir parar com os costados à pildra. Mas o mesmo não se pode dizer de Vasco de Barros Queiroz, que escreveu o livro cuja capa se anexa.
Refeição de canjinha “aos modos da Beira” e posta de pescada “grande e fresca” era, por si só, um “bacanal”. Comido o prato de peixe, Salazar pedia à fiel governanta para trazer o peru. E ele lá vinha, realmente, mas vivo e posto sobre a mesa, para que debicasse as migalhas.”
Por este relato se vê a que pontos chegava a avareza do ditador, o que deu azo ao célebre bacalhau à Salazar “ sem batatas e sem bacalhau”.
Tudo isto nos é relatado por Vasco de Barros Queirós, no seu livro “Anedotário Político do Salazarismo…e não apenas”, com prefácio do Historiador João Medina.
Activista ferrenho durante a campanha de Humberto Delgado, tinha como amigos, Mário Soares, Manuel Mendes, Francisco Sousa Tavares. Exerceu a profissão de advogado, colunista de jornais, sendo grande apaixonado do fado, mulheres e touros.
Duas passagens do livro em questão:
 Em certa ocasião, Salazar teria ido visitar um asilo de crianças pobres. Como não tinha descendentes, disse ao diretor que gostaria de proteger um desses meninos como se fosse seu filho. Desejava, explicou, que esta sua decisão fosse mais do que um prémio ao melhor estudante: seria, sobretudo, uma distinção ao aluno mais inteligente, prometeu. Sem hesitação, o responsável pelo asilo apontou ao ditador um garoto simpático, bom aluno, com um ar “muito esperto” e, “incontestavelmente, o mais inteligente”. Dito isto, Salazar aproximou-se dele: - “Que desejarias ser quando fores homem?”, Perguntou. - “Que posso eu ser, sem pai, nem recursos?”, Disse o jovem, devolvendo a questão. - “Bem”, insistiu o Presidente do Conselho, “mas, se fosses meu filho, o que desejarias ser?” - “Órfão!”, respondeu a criança, delicadamente.

“Que Salazar teria caído a um rio. Salvo por nadador afoito, quando em terra, teria perguntado ao seu salvador o que desejava que lhe oferecesse, por lhe ter salvo a vida. – Mas que pode o Sr. dar-me? – O que quiser. Ou não sabe que eu sou o Salazar? – Ah é! Não sabia não. – Então peço-lhe realmente um grande favor. Sou todo ouvidos, disse Salazar. Não diga a ninguém que fui eu que o salvei.

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