terça-feira, 2 de julho de 2019

A PROPÓSITO…

Após a leitura do magnífico texto ontem publicado neste espaço da autoria do Professor João Luís Nabo, não posso deixar de lhe endereçar os meus parabéns e solidarizar-me com a radiografia traçada a propósito do Ensino.
A propósito ocorreu-me:……
O país, em matéria de Ensino, não terá assim tanto falta de meios, de professores competentes e até mesmo de infraestruturas. Não, não é um problema de dinheiro.
O problema central é, de facto, a falta de disciplina e de autodisciplina dos seus alunos e seus principais destinatários. É aflitiva, é destrutiva e anda a conduzir-nos para uma sociedade com mais objectos (e telemóveis) do que sujeitos conscientes e com objectivos criados a partir do seu meio e da sua vivência escolar.
Tivemos, a seu tempo, a experiência de lidar, estar e ensinar em turmas de estudantes coreanos a nível pré-universitário e universitário que vieram até Portugal. 
Querem acreditem quer não, ficávamos siderados e (silenciosamente) embasbacados com o seu sentido de disciplina, de seriedade, de correção e de vontade de aprender. De saber estar e de saber aprender. Ou de se relacionarem com quem ali estava à sua frente a fazer a mediação e a passagem de conhecimentos e competências deste lado da Europa. 
Pensando bem, será certamente por isso que a Coreia do Sul se tornou uma potência e um poder pós industrial que já ultrapassou o atraso de onde partiram no pós-guerra? E passou a dar cartas e a ser respeitada no mundo inteiro? 
Perguntamos, se será também por (falta de) isto mesmo que vamos continuar a ter um sistema de ensino onde há muita gente esgotada e sem sérios horizontes que nos tirem do extenso buraco onde vamos caindo sem, obviamente, uma vez lá caídos, conseguir ver a extensão da sua própria fundura? 
Ou de reparar no abismo que andamos, uma vez mais, a escavar levando quase tudo e todos nesta impropria aventura de não estarmos a formar novas gerações... que sejam uma realidade nova, capaz e sustentável em termos de ter uma visão para o futuro. Mais próximo ou mais distante? Embora sempre incontornável. 
Sejamos contudo realistas admitindo que todos estes alertas de alguma coisa poderão vir a servir e que é, ainda um tempo e estamos a tempo, de mudar para melhor. Para muito melhor!
E não é preciso ser à coreana... Basta que seja com o sentido de responsabilidade e de não repetirmos os erros do Ensino vistos e repetidos na história portuguesa mais antiga. Ou mais recente. Do século XX e XXI até, por exemplo, ao iluminismo do século XVIII. 
Saudações
Antonio Neves Berbem 

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