JOSÉ POLICARPO
A Geringonça também irá a
votos!
Por ser esta a última crónica antes das eleições legislativas de
outubro próximo, é o tempo de aventurar-me a fazer um breve e curto balanço dos
últimos quatros anos políticos. Nunca a extrema-esquerda tinha chegado ao poder
na vigência da presente constituição, o que por si só é motivo de reflexão.
Na verdade,
durante 39 anos da nossa vida política, de 1976 a 2015, a extrema-esquerda foi
sempre uma força política de protesto, com grande preponderância no âmbito
sindical. Quanto às grandes alterações operadas no nosso país a
extrema-esquerda esteve sempre arredada do debate politico. Na adesão à CEE,
hoje União europeia, como, na revisão constitucional de 1989 que conduziu o
país à modernidade, a extrema- esquerda foi inapelavelmente derrotada.
O ressurgimento
da extrema-esquerda como força política de poder deve-se, unicamente, ao
partido socialista de Costa, César e Nuno Santos. Estes são os verdadeiros
responsáveis políticos por esta decisão, muito anacrónica, mas
constitucionalmente legitima.
Ora, o resultado
desta decisão foi reverter quase tudo o que país fora obrigado a fazer durante
a presença da TROIKA, sobretudo no sector público. Rendimentos, pensões,
horários de trabalho e privatizações foram revertidos.
Há, com efeito,
uma pergunta que poucos a fazem e muitos não a querem fazer: O país pode tudo
isto? Não tenho uma resposta séria para apresentar. Contudo, os muitos
problemas da saúde, da segurança social, dos registos e notariado, da proteção
civil e dos transportes, são realidades que nos devem fazer pensar. Por isso,
fica aqui a pergunta: É este o Estado que queremos? Os portugueses decidirão a
6 de Outubro de 2019.
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