CLÁUDIA SOUSA PEREIRA
Verão às listas
Esta é a última crónica da série 2018-19, antes da pausa para
férias de Verão. Fico satisfeita por não ter falhado uma única vez este
compromisso que assumi com a Rádio Diana. Nem nesta, nem noutra época. Estou
agradecida à Rádio pela oportunidade de tornar pública a minha opinião sobre
assuntos variados dos dias que correm, e sabe-me bem cumprir e “ficar de bem
comigo” também. Ainda que esteja consciente de que nem sempre o resultado do
esforço que ponho em cada uma das crónicas seja reflexo exacto desse esforço.
Enfim, até quando fazemos autoavaliações, sobretudo quando fazemos
autoavaliações, há que nem embandeirar em arco, nem nos armarmos com falsas
modéstias. É que é um gosto que “me sai do pêlo”!…
Feito o intróito
pessoal e intransmissível, resta adivinhar alguns acontecimentos que não
leremos, ouvintes e eu, juntos, já que o regresso será só depois das eleições
legislativas.
Haverá
acontecimentos que monopolizem horas e horas de informação repetida até à
náusea, acompanhadas de horas a fio de comentários gravitando em torno dos
mesmos? E desse, ou desses acontecimentos, haverá lugar às chamadas “leituras
políticas” que têm muito mais de leitura partidária do que de leitura sobre as
opções possíveis nas circunstâncias? E os candidatos a deputados pelos diferentes
círculos eleitorais, que entretanto serão conhecidos, terão a oportunidade de
intervir e ser ouvidos nos diferentes lugares por que concorrem? Se assim
fosse, podiam ir provando aos eleitores, logo pelo discurso, que merecem a
aposta que os respectivos Partidos fizeram ao escolhê-los para as listas. É que
serão esses os verdadeiros representantes dos eleitores na Assembleia da
República, o lugar de onde, ficou finalmente provado, sai e é fortemente
controlado o Governo que se segue. O PSD, que está a causar sensação nesta
matéria, bem sabe o que lhe custou aquela luta entre os ocupantes da sua
bancada parlamentar e o próprio Partido. Desde a inexpressiva votação do líder
de bancada às falsas presenças, aquilo foi um inferno.
Veremos, então,
se as listas que se apresentarem nos diferentes Partidos, normalmente captados
de raspão pelas rádios e televisões nacionais atrás dos candidatos a PMs, é de
gente que consegue demonstrar que sabe o que faz. Ou se serão só elementos de
um cenário, como os das barracas das praias tradicionais portuguesas, que, como
sabemos, são às listas. Isto é, têm um padrão designado normalmente por um
sinónimo da expressão mais conhecida, “às riscas”.
Boas férias! E
até aos votos.
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