RUI MENDES
Estado da Nação
Esta semana o parlamento debateu o Estado da Nação.
Este debate teve
a particularidade de ser o último da legislatura, logo fazendo o balanço da
governação e, de alguma forma, marcando a pré-campanha para as eleições
legislativas que irão decorrer em Outubro.
Naturalmente que
o debate situou-se muito na economia do país.
Como está a
nação?
Reduziu-se o
défice muito à custa de uma pesada carga fiscal, sem precedentes, e pela falta
de investimento na administração pública.
A dívida está
apenas disfarçada, porque com o crescimento do PIB parece que reduziu, quando
de facto aumentou durante a legislatura. Uma divida pública que está colocada
no exterior, porque os níveis de poupança interna são baixíssimos. Algo que é
crítico.
Após várias
injecções de capital o sistema financeiro mostra sinais de alguma
estabilização, mas o mal parado não deixa de ser um problema. O custo dos
serviços bancários aumentou em toda a banca, caindo sobre os cidadãos os custos
dos erros praticados.
O emprego é onde
os resultados são mais visíveis, reduziu-se significativamente a taxa de
desemprego, aumentou-se significativamente o número de empregos. Contudo, muita
da contratação é a prazo e os empregos criados apresentam baixas remunerações.
O sector público,
sempre tão defendido pela esquerda, foi onde mais se falhou.
O desinvestimento
nos serviços da administração pública tem sido significativo. A acrescentar a
este desinvestimento temos que adicionar a crónica suborçamentação de muitos
serviços e as cativações em orçamentos que já de si não apresentam margens,
pelo que não será de estranhar a perda de qualidade e de capacidade de resposta
dos serviços.
O sector da saúde
é um caso evidente do que se acabou de referir. Os orçamentos aprovados não
respondem às necessidades orçamentais dos serviços, pelo que toda a estrutura
de funcionamento sofre limitações, para mais quando existe envelhecimento da
população, logo uma maior necessidade de recorrer aos serviços de saúde.
O sector dos
transportes não responde a mínimos exigidos. Fomenta-se, e bem, a utilização do
transporte público, mas não se olha à capacidade e qualidade dos serviços que
existem.
O que temos hoje
é uma AP em que a qualidade dos serviços e os prazos deterioram-se de dia para
dia, por culpa de uma governação, que não consegue assegurar que os serviços
tenham as condições necessárias ao seu funcionamento, faltado recursos
essenciais que permitam assegurar atribuições.
Só se entenderá
os reparos da esquerda a esta governação por estarmos próximos de um período
eleitoral, e porque cada um quer ganhar espaço político, porque todos eles
deram o seu apoio a esta governação, doutro modo António Costa não teria sido o
primeiro-ministro, pelo que são co-responsáveis pelo Estado da Nação.
Preparemo-nos que
vamos entrar no período da fantasia, em que se vai prometer tudo aquilo que
deveria ter sido feito, mas que por inercia, será prometido e empurrado para o
próximo ciclo governativo.
O país está no
estado que testemunhamos.
Boas férias e até
Outubro
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