sexta-feira, 14 de junho de 2019

CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM


RUI MENDES
                                                       Dia de Portugal
O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas foi este ano comemorado em Portalegre.
Portalegre, a cidade que é a capital de distrito, que representa, em si, muitos dos problemas do designado interior.
O concelho de Portalegre possui um elevado índice de envelhecimento, possui uma baixa taxa de natalidade e está em perda populacional. Ou seja, possui as características de muitos concelhos do interior. E naturalmente este panorama reflecte uma economia frágil e, consequentemente, numa baixa oferta de emprego e onde a população jovem parte para outros destinos, mais atrativos, na procura de melhores condições.
Por ser um território com aquelas características, comuns a muitos outros, a escolha de Portalegre para comemorar o Dia de Portugal foi uma boa escolha.
Desceu-se ao país real e ouviram-se muitos anónimos descrevendo as dificuldades de viver no interior.
Mas também se ouviu o que o Presidente das Comemorações do 10 de junho disse.
Sobre onde a politica tem falhado.
Sobre as causas que no passado alimentaram os portugueses, e as causas que hoje não existem.
Sobre o rumo do país, ou a falta dele.
Relembrou-nos que a divida descontrolada gera a bancarrota, e as várias vezes que, em democracia, já fomos obrigados a pedir auxilio externo.
Relembrou-nos a amnésia, que tantos têm recorrido como forma de nada saberem, de nada terem visto, de nada terem ouvido. Ou seja, passam de altos responsáveis para inculpáveis. É triste assistir à figura que muitos fazem quando são confrontados em comissões de inquérito.
Relembrou-nos a dimensão da corrupção enquanto problema real e grave, que dissemina a sociedade e faz desacreditar as instituições.
Relembrou-nos a lentidão da justiça. Uma justiça só é justa se conseguir actuar em devido tempo.
Relembrou-nos que a emigração continua a ser uma solução para muitos dos que querem singrar pelo mérito.
Falou-nos de tudo o que preocupa os portugueses, mas que para os politicos são matérias a não abordar, fugindo delas sempre que podem.
Foi um discurso realista para o Portugal real.
Como cidadão também faço por contribuir, dentro do que me é possivel, para que possamos viver num Portugal melhor e mais justo.
 Até para a semana




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