RUI MENDES
Dia de Portugal
O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas foi
este ano comemorado em Portalegre.
Portalegre, a
cidade que é a capital de distrito, que representa, em si, muitos dos problemas
do designado interior.
O concelho de
Portalegre possui um elevado índice de envelhecimento, possui uma baixa taxa de
natalidade e está em perda populacional. Ou seja, possui as características de
muitos concelhos do interior. E naturalmente este panorama reflecte uma
economia frágil e, consequentemente, numa baixa oferta de emprego e onde a
população jovem parte para outros destinos, mais atrativos, na procura de melhores
condições.
Por ser um
território com aquelas características, comuns a muitos outros, a escolha de
Portalegre para comemorar o Dia de Portugal foi uma boa escolha.
Desceu-se ao país
real e ouviram-se muitos anónimos descrevendo as dificuldades de viver no
interior.
Mas também se
ouviu o que o Presidente das Comemorações do 10 de junho disse.
Sobre onde a
politica tem falhado.
Sobre as causas
que no passado alimentaram os portugueses, e as causas que hoje não existem.
Sobre o rumo do
país, ou a falta dele.
Relembrou-nos que
a divida descontrolada gera a bancarrota, e as várias vezes que, em democracia,
já fomos obrigados a pedir auxilio externo.
Relembrou-nos a
amnésia, que tantos têm recorrido como forma de nada saberem, de nada terem
visto, de nada terem ouvido. Ou seja, passam de altos responsáveis para
inculpáveis. É triste assistir à figura que muitos fazem quando são
confrontados em comissões de inquérito.
Relembrou-nos a
dimensão da corrupção enquanto problema real e grave, que dissemina a sociedade
e faz desacreditar as instituições.
Relembrou-nos a
lentidão da justiça. Uma justiça só é justa se conseguir actuar em devido
tempo.
Relembrou-nos que
a emigração continua a ser uma solução para muitos dos que querem singrar pelo
mérito.
Falou-nos de tudo
o que preocupa os portugueses, mas que para os politicos são matérias a não
abordar, fugindo delas sempre que podem.
Foi um discurso
realista para o Portugal real.
Como cidadão
também faço por contribuir, dentro do que me é possivel, para que possamos
viver num Portugal melhor e mais justo.
Até para a
semana
Sem comentários:
Enviar um comentário