Ao
observar a mesma ressalta-nos de imediato a lembrança das três já desaparecidas
palmeiras que constituíam um verdadeiro ícone da nossa Praça. Ainda no Jardim
das Meninas a frondosa vegetação que ladeava a única entrada no mesmo.
Mereceram a pena as modificações? Mereceu a pena a construção do imóvel ali
construído e que até hoje não lhe foi reconhecido qual o fim para que foi
destinado?
Já
na Arca da Fonte regala-nos ver ainda ali colocadas as estatuetas há tempos
roubadas e até à presente data não recuperadas ou tão pouco substituídas por
algo parecido.
As
“pedaleiras” que nos fazem acudir à memória o Tóico, o Zé Tadarra, que
percorriam o trajecto desde o Alandroal até Santiago Maior transportando o saco
com o correio, ou até mesmo o Domingos Cachamela que utilizava veículo idêntico
para distribuir os telegramas.
Impossível
deixar de recordar as “barraquinhas” onde o Torcatinho aviava os “mata-bichos”
e a velha Sequeira nos presenteava com as castanhas assadas, logo pela manhã
quando se ia às “bancas” ali colocadas adquirir os bons produtos das hortas que
a água do giro alimentava. Era ali o nosso mercado!
Impossível
deixar de reparar no candeeiro electrico colocado ao centro e que dava
“choque”, constituindo um verdadeiro desafio tocar-lhe, o que não invalidava
que os mais valentes (ou malucos) o não fizessem.
No
poema que justifica a foto escreve o Autor:
Silêncio… era o som que mais se ouvia
Naquela casa parada, de paredes mortas,
De muitas janelas e outras tantas portas
Fechadas, pra que não entrasse luz do dia.
Naquela casa parada, de paredes mortas,
De muitas janelas e outras tantas portas
Fechadas, pra que não entrasse luz do dia.
Desconheço
se a referência é a casa, onde por certo o poeta passou muito tempo da sua
juventude pois pertencia a mesma ao Doutor Matias, seu avô. Mas se é,
permita-me o Cabé discordar pois das janelas da mesma podia-se disfrutar de um
dos locais mais belos e emblemáticos do Alandroal. Refiro-me ao Cidral, local
de rara beleza, digno inclusive de sítio escolhido para repouso e descanso de
Rei e Rainha e respectiva Corte – D. Carlos e Dona Amélia, e onde existia uma
fonte que deu azo ao conhecido refrão: “Quem
come figos de Carambô e bebe água do Cidral, não mais esquece o Alandroal”.
Já
agora, se me é permitido, não posso deixar de fazer uma referência à Dona Mila,
que ali habitava, e cuja apetência musical nunca esquecerei. No tempo da Rádio
Catá, teve a amabilidade de me contactar e me emprestar grande quantidade de
discos e casastes dos mais variados artistas da época para os mesmos serem
difundidos para todos os que nos escutavam.
Sabe
bem reviver o passado…
Chico
Manuel
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