JOSÉ POLICARPO
Será um aviso à nossa
“navegação”
Tal como em Espanha, nós em Portugal, no presente ano, teremos
eleições legislativas e europeias. No caso de Espanha aquelas tiveram lugar no
Domingo. O resultado deu a vitória ao Partido Socialista e derrotou,
fortemente, o Partido Popular, como, penalizou, também, o Podemos.
Antes de tentar estabelecer um paralelo com o nosso país, quero,
antes, aventar algumas das prováveis razões que justificaram o desaire destas
duas forças partidárias. Comecemos então pelo Partido Popular: o eleitorado do
centro-direita que normalmente vota PP não terá apreciado a colagem à direita
mais conservadora e radical, poderá se uma explicação. Porém, a razão que mais
me convence está ligada ao fenómeno de corrupção que manchou o Partido Popular
na última década.
Relativamente ao Podemos, o castigo eleitoral resultará porventura
da desilusão que o seu eleitorado teve ao saber que o seu presidente adquiriu
uma nova habitação por seiscentos mil euros, quando a anterior pouco mais valia
do que 10% da atual. Bem prega frei Tomás…
Ora, o seu eleitorado na sua esmagadora maioria não tem condições
de comprar casa própria, quanto mais por aquele valor. Esta incongruência, para
não lhe chamar outra coisa, não terá caído muito bem no eleitorado da
extrema-esquerda que canalizou parte do seu voto para o PSOE.
No nosso caso, será que o eleitorado português penalizará os
partidos que atuaram eticamente menos bem para não falar em questões do foro da
legalidade, mormente, de natureza criminal? Aguardo com expectativas pelos
resultados eleitorais do presente ano.
Na verdade, houve bastantes casos que “mancharam” a classe
política portuguesa que, em nada abonam, para uma convivência saudável em
democracia. Todos nos lembramos, certamente, dos incêndios de 2017, de Tancos e
das viagens…
Em suma, os partidos políticos portugueses com ambições de governo
deverão explicar-se muito claramente, o que querem e que não querem para o
país. E, com quem não querem estar ao lado, para governar. O eleitorado não só
agradecerá, como, ainda, a democracia fortalecer-se-á.
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