JOSÉ POLICARPO
Haverá bons ou só vilões?
Não sei nem me interessa saber se António Costa é o político mais
hábil e astuto da sua geração, deixo, aliás, essa apelativa discussão para os
analistas em métrica dessas virtuosas prerrogativas pessoais e politicas. A mim
o que me interessa de facto é saber se quem conduz o país está à altura de
defender o futuro da maioria das pessoas que é responsável e pretende preservar
o bem-comum. Conhecer isto já era conhecer muita coisa…
Vem isto a
propósito da crise política doméstica do último fim-de-semana. O
primeiro-ministro e o seu núcleo duro, face à possibilidade da direita
parlamentar votar ao lado do bloco e do partido comunista na contagem da
totalidade do tempo congelada das carreiras dos professores, veio anunciar a
demissão do governo se o diploma na votação final viesse a ser aprovado.
Na verdade, a
formação do atual governo resultou de um acordo parlamentar atípico, porque
nunca se tinha anteriormente verificado. A nossa experiência democrática sempre
permitiu ao partido vencedor indicar o primeiro-ministro. A atual governação é
liderada por um partido derrotado nas eleições legislativas, mas que conseguiu
ser viabilizada pelo acordo parlamentar com a extrema-esquerda.
O presente acordo
aparentemente, consistiu numa só coisa, aumentar a despesa pública. O
primeiro-ministro sempre disse que isso seria possível porque os tempos de
austeridade tinham acabado. Por conseguinte, a reversão das medidas adotadas
pelo governo anterior, não só eram justas como tinham acomodação orçamental.
Enquanto o crescimento económico e a arrecadação de impostos o permitira, o
partido socialista e o governo cederam à voragem despesista dos partidos da
extrema- esquerda.
Sucede que, a
contagem integral do tempo em que as carreiras dos professores estiveram
congeladas, para efeitos remuneratórios, segundo as contas do governo, porque
não se conhecem outras e, a oposição, se as conhece, devia torna-las públicas,
ascendem a 800 milhões de euros, ano.
Por tudo isto, e,
em abono da verdade, como, ainda, da sã convivência democrática, governo,
partidos da gerigonça, e partidos da oposição, PSD e CDS, independentemente, da
justeza da reivindicação dos professores, estão obrigados a explicar aos
portugueses, sobretudo a quem paga impostos, quanto custa esta medida em
concreto, a integração do tempo congelado, os tais nove anos e tal. Estou certo
quem for mais claro na explicação terá o reconhecimento da maioria dos
portugueses.
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