MARIA HELENA FIGUEIREDO
O Dia Seguinte
A crónica de hoje não podia deixar de ser sobre as eleições
europeias, feita tarde no rescaldo da noite eleitoral, quando a atribuição de
mandatos ainda está por concluir, mas que fica marcada por uma enorme
abstenção, a 3ª maior de entre todos os Estados Membro da União Europeia, o que
nos deve convocar a todos para reflectir sobre porque é que tantos portugueses
desistiram de tomar nas suas mãos o seu futuro.
Esta eleição fica
também marcada pela derrota da direita. É uma derrota severa e o pior resultado
de sempre para o PSD e o CDS. O PSD, perde 1 deputado mas sobretudo perde quase
200.000 votos. E é uma derrota para o CDS que fez uma campanha de ataques, que
tinha como objectivo ultrapassar o Bloco de Esquerda e a CDU e, no final, se
ficou atrás destes partidos ombreando com o PAN, este sim com um crescimento
assinalável.
Destas eleições
sai também a reconfiguração da representação portuguesa no Parlamento Europeu.
Desaparece o PT e Marinho e Pinto tem uma votação inexpressiva e também não é
eleito. O PS como era previsto aumentou os seus deputados e surge agora no
Parlamento Europeu o PAN.
Para a CDU estas
eleições foram também desastrosas. Perdeu quase 200.000 votos e vê a sua
representação reduzida, prevendo-se ainda assim que perca 1 deputado.
Nestas eleições o
Bloco de Esquerda mais que duplicou os seus resultados face às eleições
europeias de 2014 e este crescimento demonstra que os portugueses e as
portuguesas reconhecem o trabalho feito no Parlamento Europeu por Marisa
Matias. E mostra também que vêm cada vez mais o Bloco como força política que
usa cada voto que lhe confiam para defender na União Europeia e ao nível
nacional o trabalho com direitos, os salários e as pensões, o Serviço Nacional
de Saúde, a Escola Pública, o controlo da banca e o fim dos paraísos fiscais. E
que tem estado na primeira linha do combate às alterações climáticas e na
defesa dos direitos humanos.
Mas esta eleição
fica marcada também pela consolidação da posição do Bloco de Esquerda como
terceira força política, também ao nível do Parlamento Europeu.
Se o Bloco de
Esquerda, na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, é a 3ª força
política, a análise dos resultados demonstra que, ao contrário de outros
partidos, a sua influencia não está confinada a determinadas regiões do país.
Essa posição é consistente de Norte a Sul, do litoral ao interior, no
Continente e nas Regiões Autónomas, é assim na esmagadora maioria dos
distritos.
E este é um dado
importante a reter.
Até para a
semana!
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