O Facebook, cada vez com mais cotas a exercitarem o seu
português, para alegria de uns e desespero de outros, ainda é um autentico
lavadouro público, onde não falta roupa seja esfregada na cara dos vizinhos. A
par disso, é um espelho enorme onde todos fazem, com raras excepções, o culto
dos seus bens pessoais, dos seus amigos e inimigos, dos seus atributos físicos
ou intelectuais, das temperaturas baixas no Inverno e altas no Verão. Uma seca.
Uma seca estupida.
João luís
Nabo
In
Montemorense Março 2019 – Transcrição autorizada pelo Autor
FACEBOOK – Sim ando
pelo Facebook para escrever o que me parece que devo, para provocar discussões,
para dar recados, para abraçar amigos e para despachar os que pensam que o são
mas não o são. Mas isso sou eu, que não tenho qualquer responsabilidade
política na minha cidade e no meu concelho. Porque se eu tivesse
responsabilidade política na minha cidade e no meu concelho, não utilizava o
facebook para defender posições que, decerto, deveriam ser defendidas em sede
própria, nem para divulgar questões de teor pessoal sobre a família e os
amigos, provocando tantas vezes, momentos de constrangimento a quem lê, muito
menos para questionar adversários políticos sem que eles possam reagir num
ambiente franco e transparente, como se pretende que sejam os ambientes de
troca de idéias, ou até para acusar e defender a esmo pessoas e ideologias, sem
medir as consequências politics de tais desabafos. Se eu tivesse essas
responsabilidades politicas, não usaria esse jornalinho pessoal, para espalhar
intrigas, escarafunchar questiúnculas, reabri feridas, espalhar desamores como
se eu fosse um cidadão comum iguais aos demais, sem responsabilidades políticas
na minha cidade e no meu concelho.
Se há uma questão que alguns políticos da nossa cidade ainda não
entenderam, após tantos anos de democracia e de governação livre, é a
necessidade de uma atitude de estado. E parece-me que, com os exemplos dados
todos os dias pelo actual Presidente da Republica, não é tão cedo que o vão
entender.
À vontade não é à vontadinha e mais vale cair em graça do que ser
engraçado, já me dizia o meu velho e saudoso pai, sempre atento e amigo.
João Luís
Nabo
In “Cloreto
de Sódio” primeira edição 2019
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