Precisamos muito de “Álvaros”
Hoje venho falar-vos do Álvaro. Lembram-se do então ministro da
economia do governo liderado pelo Dr. Passos Coelho, que pediu para ser trado
por Álvaro e, logo ridicularizado, pela forma como se deu a conhecer. Mas não é
de estranhar num país que está mais preocupado com a forma do que com a
substância.
O Dr. Álvaro
Santos Pereira, salvo o erro, antes de ser convidado para ser ministro
lecionava numa universidade canadiana. Por isso, digo eu, quis introduzir uma
nova forma de relacionamento entre a comunicação social e, no caso, o ministro
que estava com a obrigação de gerir a pasta da economia. Porém, não obteve
sucesso e a sua atuação como ministro nunca foi levada muito a sério.
Na verdade, Álvaro
Santos Pereira, hoje como alto quadro da organização para coesão e desenvolvimento
económico, OCDE, quis introduzir uma nova mentalidade nos agentes diretamente
ligados à economia, empresários, associações públicas e privadas. O objetivo
era inverter a balança comercial, ou seja, o país devia tornar-se mais
exportador do que importador.
Com efeito, numa
conferência de imprensa ou num seminário, o então ministro da economia Álvaro
Santos Pereira, aludiu aos pastéis de nata como um produto com grande potencial
para ser exportado em massa. A ideia fora logo desvalorizada e ironizada por
parte da comunicação social como, também, por alguma oposição
político-partidária.
Hoje sabemos que
os pastéis de nata são um produto conhecido em todo mundo, sendo mesmo uma
imagem de marca do país. O Álvaro tinha toda a razão quando lançou a ideia de se
internacionalizar a venda dos pastéis de nata, ao contrário daquilo que
pensavam os velhos dos restelo que o criticaram. Por isso, o país precisa muito
de “Álvaros” e muito pouco daqueles que, então, o criticaram.
JOSÉ POLICARPO
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