Os incrédulos
A Páscoa é a Festa judaico-cristã. Para os crentes não há festa
como esta. É nela que se celebra a vida depois da morte. Haverá lá coisa mais
reconfortante do que saber que se permanece vivo no fim da história e que o
“foram felizes para sempre” afinal não é a fingir! Apesar destas certezas em
algumas pessoas não afastarem medos, nem demoverem vontades de deixar nesta
vida o que não podem levar para a próxima. Mas adiante, porque estes
desconfortos são de quem procura uma ordem fora do coração e alojada apenas nos
neurónios, o que não dá grande ambiente quando se convive com gente de quem se
gosta e de coração e neurónios no sítio e a funcionar bem.
Há estas coisas
da Religião que trazem a alegria a muitos e depois há também as coisas da
Ciência que se agarram àqueles que, por definição, têm sempre poucas certezas e
vivem cheios de dúvidas, à procura de provas. Às vezes, mais raras, convivem
estas duas personae em espíritos abençoados que conseguem, de forma sublime na
minha quase invejosa opinião, ir conciliando o mistério da Fé e a inquietação
da Ciência. Uma felicidade que, talvez nos menos crentes em mistérios e mais
ansiosos em poderem descansar perante a incerteza da Ciência, se consegue
quando acontecem coisas como a primeira fotografia de um buraco negro. E assim
como os incrédulos de Fé tendem a fazer chacota com as certezas dos crentes,
assim também os houve quem, de espírito habituado à paródia, tratou logo de, no
ambiente certo para isso, fazer piadas com fotografias semelhantes em lugares
mais banais do que lá no meio do Universo.
O que não tem
piada nenhuma, e é até um bocado triste, foi a notícia daquele bando de
“cientoligiosos” que se puseram a caminh0 do Pólo Norte para provarem que a
Terra não é redonda. Mas a eles também, como aos meus ouvintes, eu desejo uma
boa Páscoa! Pode ser que lhes passe…
Até para a
semana.
CLÁUDIA SOUSA PEREIRA
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