quarta-feira, 10 de abril de 2019

A CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM


                                                                                                      JOSÉ POLICARPO
                                      Lugares mal frequentados
O Estado português sempre se confundira com as famílias, só com algumas diga-se em abono da verdade. O que estamos a viver hoje em dia não é caso isolado. Na primeira republica já o era assim, não foi diferente durante o estado novo e, infelizmente, para infortúnio da nação lusa, o pós-revolução, nada ou pouco trouxe a esta situação.
Na verdade, o problema das nomeações de familiares e de amigos para cargos na administração pública central, regional e local, traz consigo um problema incontornável e não é de fundo ético. A questão mais funda e principal é na desigualdade de tratamento dos cidadãos, uns são queridos, os outros, tão-somente, ignorados.
Aqueles que nasceram no ceio de uma família importante ou que conhecem alguém com poderes públicos, não precisam muito para terem um lugarzito ao sol. Os outros, a maioria, estão votados à sua sorte. Ou conseguem por esforço próprio e dedicação alcançar um trabalho que os dignifique, ou, então, ficam no limiar da pobreza.
Ora, não é preciso ser muito esclarecido para se concluir que a desigualdade de tratamento acarreta consigo grandes distorções nas oportunidades que se concedem aos cidadãos. A primeira e resulta logo à evidência, é que nem sempre os mais capazes são os escolhidos. Significando isto que os serviços a prestar pelo estado ficam condicionados, por não serem os melhores. Em princípio, pessoas mais capazes prestam melhores serviços.
Por isso, se queremos um melhor país, se é que queremos, mais rico e que proporcione uma melhor qualidade de vida a todos, na minha modesta opinião, temos que criar na escola e nas famílias novas formas de educar e de formar os portugueses. Os princípios do esforço, da dedicação e da responsabilidade deverão premiar e recompensar aqueles, que, os adotarem, para si. Porque já vimos, porque já foi experimentado, que não é com novos modelos, novas comissões, que as coisas mudam. Mudam tudo, para que tudo fique na mesma.



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