JOSÉ POLICARPO
O circo está instalado
Este fim semana foi marcado pelas declarações iradas e
contundentes dos líderes do partido comunista português e do bloco de esquerda,
a propósito da possibilidade do Estado injetar mais de mil milhões de euros no
novo banco.
Quem tivesse
chegado ao nosso país e não conhecesse nada do que aqui se tem passado nos
últimos três anos e meio, concluiria sem margem para quaisquer dúvidas que,
tanto o partido comunista, como o bloco, seriam os ferozes opositores do atual
governo do partido socialista.
Na verdade, estes
partidos permitem que o partido socialista seja governo por via do seu apoio
parlamentar e, sempre se associaram, com ruído parlamentar e mediático às
bandeiras mais populares do governo. Disso temos os exemplos da reposição dos
rendimentos dos funcionários públicos e dos pensionistas, como, também, as
reversões das privatizações levadas a cabo em matéria de transportes pelo
governo anterior.
Nos aspetos mais
populares da governação, os méritos eram sobretudo deles, quanto às medidas
mais impopulares, como os aumentos dos impostos indiretos, combustíveis, IUC e
outros, isso não era nada com eles, nada lhes dizia e diz respeito. Se isto não
fosse um drama para os portugueses que precisam do automóvel para trabalhar
e/ou para se fazerm transportar, até seria uma comédia.
Contudo, estes
dois partidos votaram, favoravelmente, quatro, repito quatro orçamentos de
Estado, por isso, a governação do partido socialista só existe porque comunistas
e bloquistas através dos seus grupos parlamentares a apoiam. E, os resultados
positivos e negativos, na minha opinião mais negativos do que positivos, da
atual governação estão umbilicalmente ligados a estas duas forças partidárias.
Ora, Jerónimo de
Sousa e Catarina Martins estão convencidos que, para não terem uma derrocada
eleitoral nas próximas eleições legislativas, têm que demarcar-se da governação
socialista nas medidas menos populares do governo do PS. Por isso, não
dispensarão de utilizar tudo para saírem com os alegados louros da governação,
mesmo que isso soe a incoerência e a ridículo. Portanto o circo político está
em andamento.
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