quarta-feira, 27 de março de 2019

CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM


                                                                                                    JOSÉ POLICARPO
                                   O resto é de facto paisagem!
Os novos passes sociais permitirão aos utentes dos transportes públicos das duas maiores áreas metropolitanas do país, Lisboa e do Porto, pouparem até cerca de 140,00€ mensalmente. Se multiplicarmos este valor por doze meses ascenderá a quase 2.000,00€ por ano, é muito dinheiro se considerarmos o valor do vencimento médio praticado no nosso país.
Esta medida em si mesmo é boa, indiscutível boa, porque é dissuasora da utilização do automóvel num tempo em que os assuntos ambientais têm a importância quem têm na qualidade de vida das comunidades urbanas, como, também, permitirá aos agregados familiares com rendimentos mais baixos obterem com esta medida um maior desafogo financeiro.
Haverá, com efeito, casos em que um casal poderá obter ganhos financeiros anuais de mais de 3 000,00€. Não há dúvida, por isso, que a medida irá favorecer muitas pessoas e, nalguns casos, esse ganho, como, atrás tentei demonstrar, o valor anual é muito significativo.
Ora, como não há bela sem senão, há, portanto, uma pergunta que se impõe fazer: e o resto do país, continua a ser paisagem? Eu atrevo-me a responder, que é de facto uma grande “paisagem”. E, é paisagem, entre outras razões, porque o sistema politico e eleitoral o assim permite. No caso do Alentejo, os círculos eleitorais dos distritos de Évora, Beja e Portalegre, elegem oito deputados com assento parlamentar na assembleia da república.
Dito isto, não se vislumbrando a curto e médio prazo que população do Alentejo tenha um acréscimo, quanto mais significativo, a nossa representatividade continua a ser diminuta, sobretudo quando esta região representa, em termos geográficos, nomeadamente, em área, 1/3 do país.



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