JOSÉ POLICARPO
O resto é
de facto paisagem!
Os novos passes sociais permitirão aos utentes dos transportes
públicos das duas maiores áreas metropolitanas do país, Lisboa e do Porto,
pouparem até cerca de 140,00€ mensalmente. Se multiplicarmos este valor por
doze meses ascenderá a quase 2.000,00€ por ano, é muito dinheiro se
considerarmos o valor do vencimento médio praticado no nosso país.
Esta medida em
si mesmo é boa, indiscutível boa, porque é dissuasora da utilização do
automóvel num tempo em que os assuntos ambientais têm a importância quem têm na
qualidade de vida das comunidades urbanas, como, também, permitirá aos
agregados familiares com rendimentos mais baixos obterem com esta medida um
maior desafogo financeiro.
Haverá, com
efeito, casos em que um casal poderá obter ganhos financeiros anuais de mais de
3 000,00€. Não há dúvida, por isso, que a medida irá favorecer muitas pessoas
e, nalguns casos, esse ganho, como, atrás tentei demonstrar, o valor anual é
muito significativo.
Ora, como não
há bela sem senão, há, portanto, uma pergunta que se impõe fazer: e o resto do
país, continua a ser paisagem? Eu atrevo-me a responder, que é de facto uma
grande “paisagem”. E, é paisagem, entre outras razões, porque o sistema
politico e eleitoral o assim permite. No caso do Alentejo, os círculos
eleitorais dos distritos de Évora, Beja e Portalegre, elegem oito deputados com
assento parlamentar na assembleia da república.
Dito isto, não
se vislumbrando a curto e médio prazo que população do Alentejo tenha um
acréscimo, quanto mais significativo, a nossa representatividade continua a ser
diminuta, sobretudo quando esta região representa, em termos geográficos,
nomeadamente, em área, 1/3 do país.
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