RUI MENDES
A saída (?) do Reino Unido da EU
O
Brexit criou um rombo na União Europeia e colocou o Reino Unido numa situação
de caos político.
Desde a data em que
se realizou o referendo, em 23 de junho de 2016, no qual os cidadãos britânicos
votaram favoralmente a saída da UE, até hoje já se passaram quase 3 anos.
E durante este
período o Reino Unido tem assistido à forte depreciação da libra, à saída do
seu território de empresas que tinham elegido o UK para as suas sedes e,
consequentemente, à perda de emprego de alta qualidade, perdendo assim uma parte
da sua economia.
Durante todo este
período de quase 3 anos poucas foram as soluções, mas muitos foram problemas
que se criaram.
O Governo britânico
terá a clara percepção das muitas perdas que o UK tem sofrido durante este
período derivado ao Brexit, pelo que o Governo só já pretende é reduzir perdas.
A saída com Acordo é precisamente um controlar os danos, razão porque é tão
defendida por Theresa May.
É certo que o Brexit
não acontecerá na data prevista, a 29 de março.
E não acontecerá
porque o parlamento britânico ainda não chegou a um consenso que permita
assegurar a aprovação do Acordo que admita uma saída da UE de forma regulada, e
que possibilite ao Governo cumprir a vontade popular que foi referendada em
2016.
Só vamos sabendo o
que os britânicos não querem em resultado do que vai sendo votado no
parlamento.
Os britânicos não
querem um novo referendo.
Os britânicos não
querem uma saída sem acordo.
Ontem os deputados
votaram uma proposta de Theresa May que adia a saída do UK para 30 de junho,
caso o parlamento vote favoravelmente a última versão do Acordo celebrado com a
UE. Algo que será pouco provável porque o parlamento do Reino Unido já mostrou
que não está receptivo a consentir a saída com o Acordo que foi celebrado.
Parece que os
parlamentares britânicos querem a saída mas têm medo do que acontecerá, porque
a saída não deixa de trazer ao UK uma grande imprevisibilidade, e não querem
ficar associados às perdas que o UK terá com a saída, pelo que vão adiando o
quanto podem.
Por outro lado, o Governo
quer fazer cumprir a vontade popular, fazendo valer o que a democracia ditou.
Os efeitos da saída
também irão atingir a generalidade dos países da UE, e muito especialmente os
países que possuem relações comerciais mais fortes com o UK, caso de Portugal,
pelo que a saída dos britânicos da UE, seja em que contexto for, será sempre
uma perda para a União Europeia.
Só os que não
acreditam no projecto europeu estarão satisfeitos com o que se está a passar no
Reino Unido.
Vamos ver qual vai
ser o final de tudo isto, porque as incertezas são mais que muitas.
Até para a semana
Sem comentários:
Enviar um comentário