quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA DIANA/FM


JOSÉ POLICARPO
                         Há censuras e censuras!
Escrevo, como sempre, esta crónica até à véspera de quarta-feira, pois é publicada, invariavelmente, neste dia da semana. Por coincidência, nesta quarta-feira, discutir-se-á no parlamento português uma moção de censura à presente governação socialista.
Na verdade, a apresentação de uma moção de censura a oito meses das eleições legislativas não terá quaisquer consequências de índole formal à governação, porquanto no presente contexto politico os partidos da extrema-esquerda que apoiam a atual solução governativa, em tempo algum, assumiriam o ónus de derrubar o governo que durante quatro orçamentos tanto acarinharam. Sim, acarinharam porque os votaram. Terei razão!?!
Ora, o contexto social mudou, mudou drasticamente se o quisermos comparar com os dois anos anteriores, mesmo considerando os três. A paz social de que o presidente da república tantas vezes invocou para não criticar a geringonça deixou de existir e terá como causa principal a sobrevivência dos partidos da extrema-esquerda, sobretudo a do Partido Comunista português. O Bloco pouco conta para esta equação pelo facto de ainda não ter a preponderância nos sindicados igual à do seu “amigo” da esquerda mais radical.
Contudo, houve um caldo, um contexto político, para que as reivindicações socias se tenham vindo a fazer sentir. A geringonça para além de afirmar que a austeridade tinha desaparecido como se tratasse de um passo de mágica, prometeu tudo a todos. Como esta situação não é materializável, porque não há recursos financeiros que o permitam, as classes profissionais do sector público acordaram do sonho, e bateram com estrondo na irredutibilidade de Costa. Qual sejam: a dívida pública a níveis nunca vistos, um crescimento económico sofrível, de 2,1%, abaixo das perspetivas do governo e os sinais económicos muito preocupantes vindos da economia europeia. Destes últimos, temos os exemplos dos devaneios italianos em sede orçamental, as exigências sociais dos franceses e por último, o brexit.
Pelo que, o governo socialista estará sempre refém, ou do seu populismo, ou do ideário da extrema-esquerda. Não haverá suficientes razões para ser censurado o atual governo? Deixo a resposta aos nossos ouvintes e leitores.



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