APONTAMENTOS dos TELHEIROS (3)
A)
Os Sons do Vento
Os sons do vento (e do lançamento da próxima ferrovia
até Elvas) levam-nos ao território e à estratégica “Fortaleza de Juromenha”, onde
anda, mais uma vez, a verificar-se um certo desinteresse e vazio cultural devido
à falta de atenção e iniciativas consistentes da Autarquia.
Tudo leva a crer que há-de passar mais este mandato
autárquico e descontados os fogachos habituais da “ retórica de campanário”
nada ou bastante pouco, vai acontecer, tanto mais que a próxima campanha
eleitoral ainda terá de esperar um tempo contado (e depois logo se verá).
O património e capital histórico, militar, arquitectónico
e turístico esse contínua em Juromenha. Lá onde parece continuar a faltar tudo
o resto para perceber que Juromenha é uma “espécie de Joia da Coroa” que já
esperou tempo demais para ser parte integrante da sua própria valorização e do
Concelho do Alandroal. Faltará portanto arregaçar as mangas!
Vejamos, então, no Al tejo, mais este exemplo de «Incapacidade
e não Acompanhamento Autárquico» para quem anda a fazer acontecer projectos
inovadores.
É assim: desde 2016 que existe uma candidatura
conjunta das Fortalezas, de Valença, Almeida, Marvão e Elvas elevadas a Património
Mundial da UNESCO. Um dos objectivos é incluí-las numa rota turística da RAIA
que tem mais de 60 fortalezas abaluartadas. Trata-se, como é evidente, de uma
candidatura Intermunicipal que visa também a criação de “Centros
Interpretativos” sobre os acontecimentos históricos que envolveram a sua
criação e o seu continuado valor histórico e monumental ao longo dos tempos.
Dirigida a todos, este projecto em execução, tem ainda
como uma das suas vertentes principais, a Formação Turística de Agentes Locais
aptos a criar/sustentar postos de trabalho.
A questão é pois
esta: o Alandroal anda assim tão distraído e tão ineficaz que não sabe ou ainda
não deu conta desta iniciativa? Funciona isolado? Não sabe o que se passa? Não
pretende participar? O Presidente e a Vereação têm ou não informação e participação
sobre o lançamento deste “Destino Turístico de Excelência”? Nós e as gentes
raianas criámos ou não relações fortes (e hoje pacificas) que se mantêm e
projectam no futuro?
Pergunto mesmo, se esta dita questão não seria de abordar/incluir
num primeiro ORÇAMENTO PARTICIPATIVO que, por cá, se atrasa e teima em não ser
posto em prática e ao serviço das populações?
Os autarcas em exercício, terão assim tanto receio de
que estas Iniciativas escapem aos cenários do seu poder centralizador que
persistem em usar ou até em usá-lo de forma pouco capaz e democrática?
A) Inovam Rotas
que servem as Pessoas
Reparem também
que grande parte dos Concelhos do país, vão tendo em execução, os seus Planos
de REQUALIFICAÇÃO URBANA. Será o caso do Alandroal? É visível isso?
Não é, mas convinha ter em atenção que já é um
exercício corrente em parte dos Concelhos do País e que, para além da necessária
INICIATIVA camarária, requer fundamentalmente Isenções do IMI, do IMT e IVA e
reduções nas taxas de vistoria das obras. Além dos apoios normais em materiais
de construção e no financiamento com condições especiais (em sede de IFRRU
2020).
Em síntese,
como e quem
decide de uma vez por todas posicionar «a Qualificação Ambiental e Paisagística»
do Concelho como prioridade estratégica? Já se pensou ou sequer se anteviu, por
exemplo, um Plano de APOIO á Recuperação (estética) das Fachadas e das Cores originais
das 3 Vilas?
Quem anda, ou devia andar a apoiar incentivando publicamente
processos de Regeneração Urbana nas suas várias dimensões? Haveria isenção de
taxas relacionadas com procedimentos meramente administrativos?
Quando e como, ou com quem vai, a CMA, assumir-se em
conjunto com a sociedade local como agente dinamizador de um Processo renovador
de Urbanismo Local que já peca por tardio?
Vistas as coisas assim, fica-se sem saber se o
Presidente e os Vereadores são capazes e estão verdadeiramente interessados em dinamizar
aquilo que podia e devia ser dinâmico. Ou se, pelo contrário, entendem que o desenvolvimento/crescimento
do Concelho se faz andando, ano após ano apenas em carros novos. Mostrando depois
e apenas o argumento das esperadas dificuldades económicas habituais?
Precisamente porque têm uma cómoda visão estratégica
embora não faltem a si próprios com o que vão percebendo que melhor os serve e os
foi servindo.
Como é
evidente, não é preciso partidarizar estas coisas ou estes factos até porque o
Muda tem mais a ver consigo mesmo… e com os seus interesses domésticos. Basta,
isso sim, que os Munícipes se mantenham atentos não apenas ao que devia estar a
ser feito. Como também para denunciar aquilo que ainda não foi, nem neste
mandato provavelmente será feito. O caminho terá que ser bastante diferente! Vamos
a tempo?
( PS: Os
Decálogos Interpretativos serão retomados ‘´sine die``)
Saudações
Democráticas
António Neves Berbem
( 13 de Fevereiro de 2019)
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