EDUARDO LUCIANO
O
APERTAR DO CERCO
A
Venezuela está no centro de uma convulsão com vista ao aniquilar do seu
percurso de resistência aos anseios do vizinho imperialista do norte.
Juan Guaidó, declarou-se presidente
interino da Venezuela após a tomada de posse de Nicolás Maduro como presidente
eleito e no culminar de um longo processo de desestabilização política e
sabotagem económica liderada pelos Estados Unidos.
Nos romances policiais costumamos
apontar como primeiros suspeitos os que beneficiam com o crime, no caso desta
auto proclamação sabemos que os primeiros a reconhecer Guaidó foram esses
grandes arautos da democracia, da liberdade, da igualdade, dos direitos humanos
e da tolerância: Donald Trump e Jair Bolsonaro.
Percebemos assim, sem grande
esforço, de que lado se colocam os que bolsam opiniões acerca da realidade
venezuelana a partir sempre dos mesmos testemunhos nunca conseguindo encontrar
opiniões diferentes entre os milhões de venezuelanos.
O facto do processo da revolução
bolivariana conter erros, contradições ou desvios dos objectivos de justiça
social, não nos deve afastar do reconhecimento dos enormes avanços
concretizados para a elevação das condições de vida dos venezuelanos mais
pobres.
Também não é possível ignorar as
razões para deterioração das condições económicas e de segurança do país, que
incluem uma vergonhosa ingerência nos seus assuntos internos, um reiterado
boicote à economia através de um bloqueio financeiro, político e diplomático em
nome da suposta defesa de valores estranhos a personagens que correram a
reconhecer Guaidó como presidente.
Com mais ou menos simpatia pela
Revolução Bolivariana, com mais ou menos simpatia pela figura de Nicolás
Maduro, será que gente de bem pode estar do mesmo lado de Trump e Bolsonaro?
Até para a semana
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