JOSÉ POLICARPO
A VER PASSAR OS COMBOIOS
Soubemos
a semana passada que o governo fez publicar em Diário da república a decisão
que recai sobre a construção da ligação ferroviária do subtroço Évora Norte e
Elvas/ Caia, que fará o abraçamento da cidade de Évora. Este subtroço integra a
ligação ferroviária Sines/Caia, que servirá o transporte de mercadorias.
A ligação ferroviária
do porto de Sines é estratégica e fundamental para economia portuguesa. Penso
também que é matéria que, não gera discordâncias de maior, no seio da
comunidade politica. Os que acompanham estas matérias, mesmo que seja ao de
leve, sabem que o porto de Sines é o maior de águas profundas do país e um dos
maiores da península ibérica. Por isso, dá grande capacidade de resposta às
exigências dos grandes navios de carga.
Na verdade, esta
ligação ferroviária é de grande importância para o país, porque o ligará com o
resto da europa. Porém, e, segundo o que se conhece, não beneficiará em nada a
cidade e o concelho de Évora. Há bairros da cidade localizados a nascente, que
ficarão desligados da cidade com o atravessamento deste troço da ligação
ferroviária que utilizará o antigo ramal de Reguengos de Monsaraz.
Por outro lado, as
necessidades das empresas e, não só, com instalações na zona industrial de
Évora, não serão servidas pelo traçado escolhido. É pública a exigência do
núcleo empresarial da região de Évora. Para além de outros aspetos, reivindica
a existência de um ramal para a recolha de mercadorias produzidas na zona
industrial de Évora. A solução escolhida pelo governo não prevê esta solução.
Ora, a escolha que
recaiu sobre o designado corredor 2, subtroço Évora nascente/Elvas Caia, não
serve a polução de Évora, nem as empresas que aqui estão sedeadas. Por isso, é
uma infra-estrutura que beneficiará o país e que podia também beneficiar Évora
e o seu concelho. Mas não é isso que acontecerá, Évora e o seu concelho ficarão
fora desta equação. É uma opção política do atual governo que o vincula, mas a
Câmara Municipal podia e devia ter feito muito mais. Há um autor material e
vários autores morais.
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