RUI MENDES
UM PAÍS ADIADO
Aproxima-se 2019 e o país está em abrandamento. Tudo se adia. Nada
se projecta.
Portugal é hoje um país em
permanente stress. Em que todos os dias temos um ou mais sectores em protesto.
Hoje os ferroviários estão, uma vez
mais, em greve, o que quer dizer que será um dia de caos. Diz o Governo que tem
disponibilidade para negociar. Mas essa disponibilidade, já se sabe, é só nas
palavras.
Os portugueses que são
constantemente convidados a utilizarem os transportes públicos irão apreciar,
mais uma vez, a falta qualidade do que lhes é oferecido. O transporte
ferroviário está num estado deplorável.
Na educação os professores
mantêm-se firmes na intenção de lhes ser contado na íntegra o tempo de serviço.
É justo. Apenas o Governo não percebe a justiça do que está em causa. A táctica
é ir adiando o mais que possa. Não nos esqueçamos que é precisamente este
Governo que não se cansa de apregoar sobre o termo do congelamento das
carreiras. Tanta promessa e tanta falta de compromisso.
Na saúde a situação é cada vez mais grave. Os enfermeiros
não desarmam. Os técnicos de diagnóstico e terapêutica insistem nas suas
pretensões. As respostas tardam.
A forma como o anterior ministro e a actual ministra gerem o
problema está a criar o caos nos serviços. Se o anterior ministro nada
resolveu, a actual ministra vai pelo mesmo caminho.
A táctica de mudança de ministro não
resultou.
Na justiça as contestações de
juízes, dos oficiais de justiça e guardas prisionais põem a descoberto o quão
dramático é a situação na justiça.
Na administração interna aparecem agora os bombeiros. E em
força. Pela parte do Governo nada.
A greve dos estivadores que causa gravíssimos prejuízos, aparenta
não ter fim.
E com tudo isto, parece que não se
percebe a gravidade do momento que se vive. Os ministros limitam-se a dizer que
os ministérios têm disponibilidade para negociar. Mas nada se passa. Resolver
os problemas é o que menos interessa.
Tudo isto acontece porque este
Governo veio com o discurso irreflectido, que tinha virado não sei quantas
páginas, que tudo iria resolver. Parecia que o país tinha ultrapassado a fase
da crise. Iludiu. E porque enganou hoje tem todos a cobrar-lhe.
Já todos percebemos que o Governo
está sem margem.
Este Governo está sem gás. Sem
respostas. Sem um caminho.
E é neste estado que terminamos o
2018.
Até para a semana
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