Portugal
foi novamente distinguido com 17 prémios do World Travel Awards, demonstrando a
vitalidade do país neste sector, o que se converte num fator de enorme
visibilidade em termos globais. Esta distinção reconhece o papel que o Turismo
tem tido em termos económicos e vem realçar a excelente qualidade portuguesa a
nível do património humano, cultural, natural, gastronómico e vinícola.
A chave do
sucesso tem sido a conjugação dos fatores mencionados, com base numa assertiva
estratégia de divulgação e de uma performance cada vez mais rigorosa dos agentes
do sector.
A nossa
capacidade em receber é sem dúvida um elemento de atratividade, que faz com que
a procura sobre a nossa oferta seja cada vez mais elevada. A genuinidade e a
forma como acolhemos quem nos visita é um fator preponderante, em termos das
escolhas. Não foi acaso que deixamos para trás rivais diretos como os Estados
Unidos ou o Brasil. É notória e significativa a evolução registada nos últimos
anos.
E o Alentejo?
Que mudanças tem vindo a ser verificadas em termos turísticos? Considero que
também o nosso território, graças às suas especificidades, tem ganho bastante
com esta aposta estratégica. Mas ainda há muito a fazer. No âmbito da
reabilitação patrimonial, muitos passos ainda devem ser dados, de modo a que
ativos culturais de diferente tipologia possam ser integrados em rotas e
circuitos de âmbito turístico. Essa singularidade, baseada numa herança secular
de diversas influências civilizacionais, constitui sem dúvida um mecanismo que
pode ter um melhor aproveitamento em termos de gestão do património e do
consequente aumento do número de visitantes.
E esta
possibilidade constituirá uma vantagem em termos competitivos, que poderá
colocar o Alentejo num patamar superior como destino de eleição. São muitos os
testemunhos que se encontram em risco e que merecem uma maior atenção.
É
prioritário, tendo em conta a tendência que se verifica em termos de
crescimento de turistas, apostar na intervenção sobre o património cultural,
estudando, recuperando e intervindo, dando “vida” e atribuindo novas
utilizações. Só desta forma poderemos tornar o nosso território ainda mais
atrativo, de modo a não “perder o comboio”.
O
mercado espanhol, aqui ao lado, pode e deve ser o alvo preferencial de um
planeamento em termos de divulgação sobre a nossa realidade. Em conjugação com
a gastronomia e com os vinhos, o destaque a dar aos nossos monumentos, museus e
outros equipamentos culturais pode ser o mote para a captação de mais visitas e
mais ingressos. No entanto, será sempre necessário um investimento inicial, em
parcerias que envolvam municípios e demais entidades competentes, para a
requalificação desse “tecido” cultural, que em muitos casos se encontra em
risco.
Os ventos
sopram a favor, mas é necessário aproveitá-los da melhor forma. Temos muitos
pontos fortes ainda por explorar e lugares que são por agora desconhecidos, mas
com elevado potencial turístico. Haja vontade política e das comunidades para
seguir por esse caminho.
Tiago
Salgueiro
In :
Tribuna Alentejo
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