terça-feira, 18 de dezembro de 2018

A CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM



CLÁUDIA SOUSA PEREIRA
                                NATAL, UM MUST PESSOAL E INTRANSMISSÍVEL
Gosto da oportunidade de desejar a todos um Bom Natal. Não que me sinta nesta quadra, como por decreto, mais próxima de quem ou com quem estou quase sempre, ou com quem nunca estou por razões várias. Descobri que são razões muito minhas, as que me fazem gostar do Natal, das compras, da bagunça das combinações, dos excessos ou da impossibilidade de os cometer quando ficam para ali tão tentadores.
Gosto do Natal egoisticamente por causa de mim. E aprendi, não há muito tempo, a não tentar converter, e a condicionar ao mínimo, aqueles que me rodeiam a sentirem-se assim. Numa imagem que sei ridícula mas comum, não me importo de sozinha lançar os foguetes e apanhar as canas. Tento sempre, claro está, aproximar-me de quem me atura ou, vá lá, tolera e “deslargar” (adoro esta corruptela enfatizante do real aborrecimento de quem a usa no imperativo!) quem não entra neste espírito.
É como se esta quadra fosse a “minha quadra” de festejar o que quer que seja. Nem que seja só o facto de estar viva, o que não acontece a tantos que marcaram, de uma maneira ou de outra, a minha vida. E mesmo que a vida seja uma coisa difícil de usar. Festejo as boas memórias da infância que, no Natal, permanecem quase indeléveis nos sentidos: o frio na rua e o calor em casa, o cheiro que sai das panelas e do forno; os jingles da época repetidos até à náusea, as luzinhas e enfeites que quanto mais exuberantes mais risíveis e quanto mais equilibrados chegam a roçar o belo e o cuidado estético. O que, pelo menos no Natal e nem que seja só por obrigação ou interesse outro, alguns se empenham em ter.
Gosto do Natal com todo o meu espírito egoísta e a coberto de quase tudo o que se apregoa no calendário e que diz que deve ser em sentido contrário. Quase cobardemente, portanto, mas autorizada por leis várias. É porque posso! E vou aproveitando…
Um voto de feliz Natal a quem o queira! E até para o ano.



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