segunda-feira, 22 de outubro de 2018

MÉRITO RECONHECIDO

   Quando o reconhecimento tem que vir de fora!
                               Victo Rosa y el Alentejo
Durante unos años iba de vez en cuando a Alandroal en el Alto Alentejo (Portugal). Solía alojarme en Residencial Landroal. En su enlace pueden verse algunas imágenes. Allí, en el comedor había unas piedras que aprovechavan el relieve natural para describir las típicas casas alentejanas. Chimenea alentejana, decoración con bandas en mostaza , siena o azul, banco de madera, teja cerámica... A veces varias casas con recintos amurallados. Poco a poco las fui viendo en diversos establecimientos de Alandroal. Cuando en el desayuno las contemplaba pensaba en la inteligencia de su ejecución. Su simplificación no excluía el detalle, los colores transparentes reflejaban luces y sombras alegres y claras, la ausencia de perspectiva común las hacía más próximas a la realidad. Eran elegantes y precisas y sobre todo describían un modo de construir en el Alentejo alejado de las imágenes tópicas que suelen aparecer en sus cerámicas.
Un día mientras desayunaba caí en la cuenta de una preciosa imágen del pueblo, sin duda visualizado desde la muralla. Es esta
La linea de horizonte había desaparecido y el conjunto de casas, centrada precisamente en Residencial Landroal, tenía una gran belleza. Un grado de simplificación elevado junto a un enorme nivel de detalle formando un todo consistente. Una huida sistemática de soluciones rutinarias y una búsqueda de tratamientos originales. Para los que conocíamos el paisaje nos evocaba el apelotonamiento de los pueblos alentejanos, las casas cuidadosamente mantenidas y decoradas. Esto me llevó a interesarme por su autor. Con respeto, me indicaron que se trataba del profesor Victo Rosa.
Unos meses despues vi unos retratos suyos y entendí que Victo sintonizaba con lo que pintaba. No se trataba sólo de su enorme habilidad técnica sino de que establecía una corriente de simpatía y entendimiento con el motivo de la obra. Dicen que una obra por un lado muestra menos de lo que quiere el autor y por otro más. Y yo estoy muy de acuerdo. En lo obra de Victo se veía que no describía en los tipos populares mostrados aspecto negativo alguno. Sabía ver en ellos la dignidad profunda de las personas que conocen el medio en que viven.
Y este fin de semana en el Forum Cultural Transfronterizo de Alandroal tuve ocasión de ver una amplia muestra del trabajo reciente de Victo Rosa. Múltiples acuarelas mostraban retratos, paisajes, motivos sencillos.
Un ejemplo de la imagen que encabeza la exposición. Se trata de unos cántaros al sol en una esquina exterior en equilibrio con unos motivos vegetales lejanos. Por supuesto la fluidez en el manejo de la acuarela y la sensibilidad en el tratamiento de las tres texturas similares de primer plano, la calidez de luces y sombras son evidentes, pero observen la seguridad y la sobriedad de la descripción del motivo de segundo plano. Un conjunto de cántaros forman una textura de objetos en diversas posiciones en que solo algunas masas elementales con un tratamiento muy limitado de valores cromáticos próximos describen una realidad compleja fundiéndose con el fondo.
Otro ejemplo, un retrato de grupo en que el dueño de un restaurante local acompaña a las personas habituales del mismo. Los personajes de los lados representan formas ampliadas de algunos de los personajes centrales. Un presioso retrato de grupo en que el encargado de la exposición me comentaba: "Es que además para alguien de aquí los personajes se reconocen a la primera ojeada, tienen vida". Están ahí para siempre.
En fin una exposición preciosa. Hasta donde sé Victo no ha nacido en Alandroal. Cuando volvía a Madrid iba pensando en lo que quería decir sobre él. Y me venía constantemente a la cabeza la letra del fado.
Cantarei até que a voz me doa
Pra cantar, cantar sempre meu fado
Como a ave que tão alto voa
E é livre de cantar em qualquer lado
Cantarei até que a voz me doa
(Cantaré hasta que me duela la voz/ para cantar cantar siempre mi fado/ como el ave que tan alto vuela/ y es libre de cantar en quelquier lado/ cantaré hasta que me duela la voz)
Y no se porque me recordaba a Victo.
Jesus OLivan
TRADUÇÃO:
Victo Rosa e o Alentejo
Durante alguns anos foi de vez em quando ao Alandroal no Alto Alentejo (Portugal). Eu costumava ficar no Residencial Landroal. Em seu link você pode ver algumas imagens. Ali, na sala de jantar, havia algumas pedras que aproveitam o relevo natural para descrever as típicas casas alentejanas. Lareira alentejana, decorada com bandas em mostarda, siena ou azul, bancada de madeira, telha cerâmica ... Por vezes várias casas com recintos amuralhados. Pouco a pouco os vi em vários estabelecimentos no Alandroal. Quando ele os contemplou no café da manhã, ele pensou na inteligência de sua execução. Sua simplificação não excluía o detalhe, as cores transparentes refletiam a luz e sombras alegres e claras, a ausência de perspectiva comum as aproximava da realidade. Eram elegantes e precisos e, acima de tudo, descreviam uma forma de construir no Alentejo, longe das imagens tópicas que costumam aparecer nas suas cerâmicas.
Um dia, enquanto tomava café da manhã, notei uma bela imagem da cidade, sem dúvida visualizada da parede. É esta
A linha do horizonte havia desaparecido e o conjunto de casas, centrado precisamente na Landroal Residential, tinha uma grande beleza. Um alto grau de simplificação, juntamente com um enorme nível de detalhes, formando um todo consistente. Um escape sistemático de soluções de rotina e uma busca por tratamentos originais. Para aqueles de nós que conheciam a paisagem, fomos recordados da aglomeração das aldeias alentejanas, as casas cuidadosamente mantidas e decoradas. Isso me levou a se interessar por seu autor. Com todo respeito, eles me disseram que era o professor Victo Rosa.
Alguns meses depois, vi alguns de seus retratos e percebi que Victo sintonizava o que estava pintando. Não foi apenas sua enorme capacidade técnica, mas também que ele estabeleceu uma corrente de simpatia e compreensão com o motivo do trabalho. Dizem que um trabalho, por um lado, mostra menos do que o autor quer e, por outro. E eu concordo muito. No trabalho de Victo foi visto que ele não descreveu nos tipos populares mostrados qualquer aspecto negativo. Ele sabia ver neles a profunda dignidade das pessoas que conhecem o ambiente em que vivem.
E este fim de semana no Fórum Cultural Transfronteiriço do Alandroal tive a oportunidade de ver uma grande amostra do trabalho recente de Victo Rosa. Várias aquarelas mostraram retratos, paisagens, motivos simples.
Um exemplo da imagem que encabeça a exposição. São alguns jarros ao sol em um canto externo equilibrado com motivos vegetais distantes. É claro que a fluidez no manuseio da aquarela e a sensibilidade no tratamento das três texturas similares do primeiro plano, o calor das luzes e sombras são evidentes, mas observe a segurança e a sobriedade da descrição do motivo de fundo. Um conjunto de jarros forma uma textura de objetos em várias posições em que apenas algumas massas elementares com um tratamento muito limitado de valores cromáticos próximos descrevem uma realidade complexa que se funde com o fundo.
Outro exemplo, um retrato de grupo em que o dono de um restaurante local acompanha as pessoas habituais do mesmo. Os caracteres nas laterais representam formas expandidas de alguns dos personagens centrais. Um retrato de grupo presciente no qual a pessoa responsável pela exposição me disse: "É também que para alguém aqui os personagens se reconhecem à primeira vista, eles têm vida". Eles estão lá para sempre. 
Em suma, uma bela exposição. Tanto quanto sei, Victo não nasceu no Alandroal. Quando voltei para Madri, estava pensando no que queria dizer sobre ele. E a carta de fado veio-me constantemente à mente.
Cantarei eu anexei uma voz para mim
Pra cantar, cantar sempre meu fado
Como um pássaro que tem alto voa
E livre para cantar em qualquer lado
Cantarei eu anexei uma voz para mim

E eu não sei porque ele me lembrou de Victo.
Cantarei até a minha voz doer / cantar sempre o meu fado / como o pássaro que voa tão alto / e é livre para cantar em qualquer canto / cantarei até a minha voz doer)
Postado por Jesus Olivan às 21:47

Sem comentários: