JOSÉ POLICARPO
A ESPERTEZA E O FUTURO
A semana começou com notícias inesperadas, ou nem tanto. Todos os
portugueses já sabiam que o Dr. Azeredo Lopes, ex ministro da defesa nacional,
estava a prazo exceto o próprio. Porém as demissões no ministério da economia e
cultura, foram uma surpresa pelo menos no que respeita ao momento.
O
conselho de ministro de sábado passado, contou com os ministros demissionários
para a aprovação da proposta do orçamento de Estado e quem os sucedeu é quem
irá executar o que não aprovou. Incongruência nisto, os portugueses que façam
essa avaliação.
Todos
os comentários que vi sobre a questão da remodelação governamental atribuem
grande sagacidade política ao primeiro-ministro pela escolha do momento para
levar a efeito a maior mexida ministerial operada na presente legislatura.
Tinha de resolver um problema, o da Defesa Nacional, e aproveitou a “onda” e
surfou-a…
A
opinião publicada parece que reconhece grande habilidade política ao Dr.
António Costa, e, reforçam a ideia com o recurso a dois exemplos. Os acordos
que fez com a extrema-esquerda na Câmara de Lisboa e com os acordos que lhe
permitiram ser primeiro -ministro. A legitimidade formal verifica-se, quanto à
legitimidade de substância tenho francas dúvidas. Mas, a vida é o que é…
A
sagacidade politica também é extensível ou parece ser, ao ministro das
finanças, Mário Centeno. Soubemos ontem que a proposta do orçamento de Estado é
uma verdadeira acrobacia financeira. Dá tudo a toda gente, mas tira quase tudo,
a toda gente. Propõe o aumento no rendimento dos funcionários públicos e
pensionistas, mas mantêm a elevadíssima carga fiscal.
Ora,
dificilmente a vida dos portugueses será melhor no ano de 2019 do que foi no
presente ano devido aos muitos e inúmeros impostos que os contribuintes terão
que pagar.
Por
último, poderá haver uma consequência não acautelada neste orçamento. Em caso
de se verificar um decréscimo no produto interno bruto, a receita diminuirá e
como consequência inelutável as contas públicas entrarão novamente em colapso.
Por isso, o fantasma de 2011 ainda paira sob as cabeças dos contribuintes
portugueses. Chamem-lhe diabo ou outra coisa qualquer. Ele existe, existe.
Sem comentários:
Enviar um comentário