segunda-feira, 2 de julho de 2018

O ESTRANHO CASO DA MADONNA - Por A.N.B.

                                  UMA ESTRELA EM CONTAGEM LISBOETA
 i)                    Era uma vez uma estrela da música anglo-saxónica com veia americana que veio morar para Lisboa. Tanto andou e cantou que, foi por aqui, que se encantou por 3 bairros antigos e logo aterrou em fila especial
Tanto viajou e tantos países conhecia e em todos foi vendendo que veio para esta capital, diz-se que, também para transacionar e, claro, por causa do Benfica. Tanto mais que os seus “negritos adoptivos” andam pelo Seixal onde começaram a correr atrás de bola e a pontapear uns golos infantis.Entretanto pela capital, vai uma azáfama de serviços e servidões por várias razões. Uma delas, é a de que comprou um palácio ali para a Rua das Janelas Verdes que se prolonga em dois sentidos: para a Rua Presidente Arriaga (a norte) e para Santos (a sul).A estrela tem muitos carros, e soube-se que tem, pelo menos, 15 automóveis ao seu serviço diário. É um espanto.  Assim como é um espanto pôr a vizinhança à espreita, dias inteiros, para ver a figura da tal incandescente estrela. Isto para já não falar das televisões banais, dos jornais e revistas. Nacionais e internacionais e sempre por ali à coca.
ii)                  A estrela que, por 1 simples acaso até já entrevimos no jardim da Cruz Vermelha, é uma
grande vedeta à escala universal. Canta que se farta, e vende tudo sem limites. Se dá um espirro
vende constipações e a seguir os antigripes para as curar.
Se é ou já foi casada, ou agora solteirou e se, tem ou não tem namorados e amantes (o que só lhe
fica bem) tudo pode ser notícia consumida para alimento deste nosso mundo doméstico e global.
É claro que, de uma tal estrela, ninguém pode dizer que canta mal, dado que tem a acompanhá-la
«um marketing doutra galáxia» e, para mais, ainda é bastante sensual. Erótica. Loira. Cabalmente
bonita. Fisicamente andará próximo das esculturas renascentistas talvez com um ou dois séculos
de desfasamento. Cuida-se para a idade que tem… às dezenas.
Quem já a viu, mesmo que tenha sido ao longe, pensa logo em duas, três ou mais coisas apetitosas
e que valem mesmo a pena: tem milhões, tem fama, tem música no corpo, está no mundo inteiro,
tem mansões em várias partes do globo, tem seguidores incondicionais, confessados e
inconfessados. O mundo está a seus pés porque também tem umas belas e iluminadas mamas.
Segundo também se sabe, usa sempre calcinhas e camas muito largas e gosta muito de cavalos.
Além disso quando vai nas suas cavalgadas fez sempre, até aqui, uma escolha feliz. Foi,
imaginem, cavalgar em cavalos brancos para o sol do nosso litoral alentejano.
Portanto, a estrela faz tanta falta a si mesma e ao mundo como o mundo lhe faz todas as honras e
favores. Honras para cá, honras para lá, Lisboa, teve a sorte que só as cidades audazes (e com
Tejo) têm e abriu-lhe os braços e as pernas de par em par. Somos assim, e por esse mundo fora as
coisas não são muito diferentes. As estrelas vivem num paraíso diferente e quando forem de
passar pelo purgatório, os exercícios de penitência serão fáceis de ultrapassar. Os talentos etéreos
continuam nelas para o que der e vier. Na terra como no céu.
iii)           Todavia contadas estas coisas que respeitam à Estrela, devem estes assuntos tal como estão
ser recontados a qualquer lisboeta de raíz ou de estaca, de bairro ou de avenida, debater-se, e ia eu
dizendo que …
Continua a precisar de estacionar os tais 15 carros (um numero apelativo que, aliás, me persegue
há muitos anos) e vai daí meteu uma cunha que foi inicialmente aceite para ficar, em exclusivo,
com o parque de estacionamento do Museu Nacional da Arte Antiga. Um parque já de si pequeno
para as excursões nacionais e de estrangeiros que por ali vão chegando.
O presidente da câmara, um tal Medina, disfarça, hesita e quase aceita o pedido. Valeu na
circunstância a negativa firme do director do Museu. Ou seja, o dito parque é para servir os
Visitantes do Museu e durante a noite para os seus vizinhos. Mas tenho aqui à mão outra solução
disse ele: “há um terreno livre em frente do palácio que sob uma qualquer forma de cedência pode
afinal ser usado pelos ditos automóveis”.
Portanto, no meio da jogada alguém se esqueceu do “interesse público” e de lembrar à Estrela que
podia alugar uma garagem ampla e com o espaço justamente pago à altura das suas mordomias.
iv)           Assim seja, e assim vai ficar porque como é também bom de avaliar existem, de facto,
múltiplos e mútuos interesses em jogo. Sejamos compreensivos com o turismo e os negócios dos
madonos tal como eles deviam ser compreensivos connosco.
Mas não façam de nós, idiotas uteis, lá por sermos hospitaleiros. O país é pequeno mas parece
que ainda não deixámos de ter uma alma cristã, digna e antiga. Antes assim.
Finalmente, digo-vos.
A estrela chama-se Madona (e porque agora estamos na mesma freguesia que também se chama
Estrela e passou a ser residencial chinesa), a Vila do  Alandroal também podia ter uma rua
chamada: “Rua Madona”.
Se vier a ser inaugurada, seria Ela, a convidada para descerrar as 3 bandeiras, a local, a
portuguesa e a U.S.A. E, assim, de uma assentada, ficaríamos famosos pelo mundo inteiro,
pedindo-lhe uma música a preceito, a presença e sugestões históricas para o Museu Endovélico…
 Discordam ou acham bem?
      Saudações aos Fãs
 Antonio Neves Berbem

          ( 2 de Julho de 2018)

1 comentário:

Anónimo disse...



OBS.


Acabam de me informar que a Tapada de Alfarrobeira mudou para Bairro

Inácio Melrinho. Será para sempre? Será por mandatos? Será por outra

qualquer razão? Será porque medinas cada vez há mais? Será que a homenagem

precoce ( e mais ou menos justa) não devia situar-se lá na sua Aldeia (LM)

onde também fui à missa aos domingos. Era padre o Sr. prior Joaquim

Silva. Um padre,aliás, bastante curioso. As missa eram mais ou menos

quando calhava, andava de motorizada, passava mais tempo nas Pias do

que nos Marmelos. Era forte, bebia bem, era camiliano e dava grandes

marmelos.Jogava bem à sueca e o seu desamistoso amigo, era o farmacêutico

Eduardo José Vieira,presidente de Junta, tio direito do Vitorino que às

vezes o crismava.

E muito mais se podia contar... O que eu não consigo lembrar-me, é se

chegaram a pedir a opinião do proprio I.M,sobre da mudança de nome da

Tapada quando se fosse partindo daqui da terra.

Tenho quase a certeza que, como não era adepto do culto da

personalidade, dispensaria esta nomeação e tais honras.

Isto porque afinal até nem era uma má cabeça. Ou apenas um politico

de pacotilha... Por este andar preparem-se (porque já vai sendo

tempo) para vir a ter umas ruas ribeiro e outras nabais...com umas

Cantorias insectas à altura até ficar tudo no mesmo exacto e etéreo

plano.

Se virmos bem, não pensem que estou só a brincar. Somos assim e

este assunto ou estes nomes, afinal, não têm grande importância

para o desenvolvimento da Vila porque estes passam e o Alandroal

fica.

"Sudações democraticas "


ANBerbem

Ps. é verdade que este comentário aproveita uma certa

auto embalagem.