segunda-feira, 9 de julho de 2018

NÓS, QUE ESTAMOS LONGE, SABE-NOS BEM LER COMO A NOSSA TERRA É VALORIZADA

               Na Adega dos Ramalhos, no Alandroal, a tradição ainda é o que era
Junto da Igreja de S. Sebastião, no Alandroal, este restaurante familiar serve receitas e produtos regionais. A opinião do crítico gastronómico da VISÃO Se7e, Manuel Gonçalves da Silva
Filipe Pombo
Foi num prédio antigo, outrora adega e celeiro, no centro do Alandroal, junto da Igreja de S. Sebastião, que a família Ramalho instalou o seu restaurante, ao qual emprestou o nome. Tem esplanada fechada, que funciona todo o ano, e três salas acolhedoras. O receituário e os produtos utilizados são regionais.A ementa subdivide-se em cinco capítulos. Nas entradas há pão alentejano, queijo de ovelha (do Alandroal), presunto, chouriço de porco preto, pimentos assados e outros petiscos. Sopas, no Alentejo, são iguarias de peso, como o cozido de grão na abóbora, com carne de porco de montado, farinheiras branca e preta, morcela, linguiça e, ainda, grão, abóbora, batata, feijão-verde, mais as ervas aromáticas que o perfumam; a sopa de tomate (que também leva bacalhau e ovo escalfado ou carne frita, enchidos e ovo); a sopa de cação, que recende a coentros; ou a caldeta de barbo, marcada pelos poejos. O peixe fica representado pelo bacalhau da casa. Já a carne, pode tentar-nos com o ensopado de borrego, o cabrito no forno com batatas (ao fim de semana, por encomenda), e, na grelha, o cachaço, o lagarto e os lombinhos com batatas fritas, salada, esparregado ou migas a acompanhar. Boa doçaria, em especial a sericaia, a tarte de amêndoa, com gila e canela, e o pão de rala. Garrafeira alentejana, como o vinho da casa, de produção local e servido a copo. Serviço eficiente e simpático.

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