THE BOOKSHOP (LIVRARIA), de Isabel
Coixet
Uma belíssima
surpresa porque ainda quase ninguém me chamara a atenção para este pequena jóia
realizada pela cineasta catalã Isabel Coixet, de quem já víramos outros filmes
muito interessantes.
No entanto
tinha vencido os dois principais prémios GOYA, em 2017, Espanha, equivalentes
aos Óscares para o cinema norte-americano - melhor filme e melhor realização e
ainda o melhor argumento adaptado, a partir do romance homónimo de Penelope
Fitzgerald.
A actriz
inglesa Emily Mortimer, já nossa conhecida de outros filmes de grandes
cineastas, é uma fascinante livreira.
Ray Bradbury e
o seu admirável Fahrenheit 451 e Vladmir Nabokov e a sua famosa Lolita são duas
referências da obra que se situa no final dos anos 50 na costa inglesa ( East
England) onde as mentalidades conservadoras da grande burguesia/aristocracia e
dos seus lacaios, tudo fazem para se opor à abertura de uma livraria na sua
cidadezinha.
Magnífico
retrato desse meio rural, elitista e muito conservador, capaz de recorrer sem
vergonha à mentira (não respeitando sequer os mortos) e às trapaças legais para
impor os seus desejos. Como nós os conhecemos bem! Continuam iguais, lá como
cá!
Acabam por
provocar o fecho da livraria e obrigar a jovem livreira a voltar para Londres
mas acabarão por ficar sementes, entre os mais jovens, dessa luta.
Lembro para terminar as duas magníficas adaptações
ao cinema daqueles dois clássicos da literatura: Fahrenheit 451 realizado por
François Truffaut e Lolita uma admirável obra-prima de Stanley Kubrick que
conseguiu o feito raro de ultrapassar em qualidade o original de Nabokov (em
minha opinião).
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