Encontram-se na paragem
Frente a frente separados...
No ar, a brisa, leve aragem
E os seus corpos decepados.
Frente a frente separados...
No ar, a brisa, leve aragem
E os seus corpos decepados.
Diz a morte: - ao que vens
Irmão, neste tempo suicida?
- Encontrar paz, aqui me tens...
Responde a guerra decidida.
Irmão, neste tempo suicida?
- Encontrar paz, aqui me tens...
Responde a guerra decidida.
Derradeira hora de viagem
Afastando-se abraçados,
Um ao outro aconchegados...
Afastando-se abraçados,
Um ao outro aconchegados...
Sepultam na terra seus bens,
E partem na noite fratricida
Os irmãos para uma nova vida.
E partem na noite fratricida
Os irmãos para uma nova vida.
Manuel Matias
Fratricida- Cleópatra na visão do pintor
Alexandre Cabanel
Minha pátria todo o
mundo,
O mundo todo soa-me bem...
Passa a vida num segundo,
Eu não pertenço a ninguém!
O mundo todo soa-me bem...
Passa a vida num segundo,
Eu não pertenço a ninguém!
Manuel
Matias
PSICOLOGIA DE UM FALHADO
[Ou soneto para um
canalha]
Tu, filho de um átomo que
te pariu,
Coisa insignificante, mas complexa…
Trazes a alma interrogando perplexa
Se alguma vez o teu momento existiu.
Trazes a alma interrogando perplexa
Se alguma vez o teu momento existiu.
Foi nas trevas obscuras da malvadez
Que surgiste, em negra noite escura...
Filho bastardo da pobre escravatura,
Corre-te na veia imunda a insensatez.
Que surgiste, em negra noite escura...
Filho bastardo da pobre escravatura,
Corre-te na veia imunda a insensatez.
Germe da ignorância, só tu acreditas
Nas palavras desonestas que vomitas…
Mentes a ti mesmo compulsivamente!
Nas palavras desonestas que vomitas…
Mentes a ti mesmo compulsivamente!
Tens a influência dos vermes parasitas
Que se alimentam da tua carne doente,
E crês que a mentira dura eternamente.
Que se alimentam da tua carne doente,
E crês que a mentira dura eternamente.
Manuel Matias
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