JURAR DE PÉS JUNTOS:
Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão
surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas
quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado para
nada dizer além da verdade. Até hoje, o termo é usado para expressar a
veracidade de algo que uma pessoa diz.
TIRAR O CAVALO DA CHUVA:
Pode
ir tirando o seu cavalinho da chuva porque não te vou deixar sair hoje!
No século XIX, quando uma visita iria ser breve, deixava
o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e, se fosse demorar,
colocava o cavalo nos fundos da casa, num lugar protegido da chuva e do sol.
Contudo, o convidjado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião
percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva".
Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.
GUARDAR A SETE CHAVES:
No século
XIII, os reis de Portugal adoptavam um sistema de arquivo de jóias e
documentos importantes da corte através de um
baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário
do reino. Portanto, eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico
atribuído ao mesmo, desde a época das religiões primitivas. A
partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" para
designar algo muito bem guardado...
PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
A
história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das
tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados a Deus como
forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha
grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal
morrer, ele ficou-se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após
alguns meses o garoto morreu.
PARA INGLÊS VER:
A
expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis
que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas
leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "para
inglês ver". Daí surgiu o termo.
O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:
Em
1647, em Nimes, França, na universidade local, o doutor Vicent
de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea num aldeão
de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel,
que assim que passou a ver ficou horrorizado com o
mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao
cirurgião que arrancasse os seus olhos. O
caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.
VAI TOMAR BANHO:
Em "Casa
Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do
colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contactos
comerciais, o europeu contagiou-se de sífilis e de outras doenças
transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o
que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e lavava-se da cabeça aos pés nos
rios, além de usar folhas de árvore para limpar os bebés e lavar no rio as redes nas
quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses,abafado em
roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado
à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então
os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam
que fossem"tomar banho".
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