quarta-feira, 28 de março de 2018

CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA DIANA/FM


                                                                                                  JOSÉ POLICARPO
                                UM PAÍS MEIO A BRINCAR, MEIO A SÉRIO
O défice do Estado é de 1%, ou de 3%, do produto interno bruto? O meu posicionamento ideológico, a minha militância partidária não me colocam numa posição que me impeçam de falar deste tema com a objetividade que ele suscita.
Ponto prévio. Se um país não for constituído por pessoas instruídas e bem formadas, não conseguirá bater-se e competir com os países mais desenvolvidos, consequentemente, ficará mais pobre. Pelo menos em termos relativos. Disto, penso que, não haverá muitas dúvidas.
Na verdade, o último ano politico, de 2017, se lhe retirarmos as desgraças dos incêndios de junho e outubro, aparentemente, foi um ano positivo. O desemprego baixou para números há muito não verificados. O crescimento perto dos 3%. A paz social a um nível muito aceitável, a palavra greve quase desapareceu do dicionário jornalístico. Os partidos que suportam o governo, muito bem oleados no seu apoio.
Contudo, nestes últimos dias fomos informados que afinal o défice das contas públicas era de 3% e não de 1%. E, que a carga fiscal, atingiu 37% da riqueza produzida. Este valor há mais de vinte anos, repito há mais de 20 anos, que, não era verificado. Por isso, há duas notas que um não economista poderá facilmente retirar destes dois factos.
Primeira, devemos mais dinheiro aos credores este ano do que o não passado. Mais défice, necessariamente, mais dívida. A segunda é de que a austeridade não acabou. É indesmentível que pagamos mais impostos, mesmo que estes impostos recaiam sobre o consumo e sobre o património. Todos sabemos que pagamos IVA nos bem que consumimos e que também pagamos IMI quando somos proprietários de imóveis. No IMI nem todos pagam porque há isenções.
Ora, a coloração da realidade nunca conduziu a um bom fim. O nosso país por três vezes fora intervencionado e a última foi há sete anos atrás. Será que não aprendemos a lição? Por muito que a realidade seja dura, ela não deverá ser pintada ou distorcida, porque quem pagará a conta da festa são sempre os mais desprotegidos. É isto que queremos? Eu não quero viver num país meio a brincar, nem a meio sério!



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