O QUE CONTESTAM OS PROFESSORES
Foi a semana em que os professores mostraram a sua indignação
perante a discriminação a que foram votados.
Há causas que conseguem unir e esta
aproximará toda a classe docente.
O que está em causa é a
contabilização do tempo de serviço dos docentes durante o período do
congelamento, 9 anos e 4 meses, condição que será relevante para a progressão
na carreira dos docentes.
Haverá aqui alguma desigualdade em
relação aos demais funcionários públicos que, supostamente, terão as suas
carreiras descongeladas a partir de 2018 e com os respectivos tempos
contabilizados.
Este problema surge fruto de
expectativas criadas por este Governo, pelo caberá ao Governo resolver o
problema, e estará pressionado para o resolver num curto espaço de tempo,
porque será “forçado” a inscrever neste OE uma solução para este problema.
É evidente que começámos um novo
ciclo, com mais contestação, pelo que importará que as soluções para a
administração pública não resultem dos poderes das diferentes classes, mas que
sejam respostas transversais, equilibradas e que não comprometam todo o esforço
que foi feito nos últimos anos no sentido de equilibrar as contas públicas,
reduzindo défices absolutamente incomportáveis.
Mas não esqueçamos que o discurso
que tem sido adoptado vai no sentido contrário à contenção, pese embora pelas
medidas tomadas vamo-nos apercebendo que o orçamento não comportará os excessos
anunciados, pelo que o Governo empurra os seus efeitos para os anos seguintes,
de forma a não sobrecarregar o próximo orçamento, mas não deixa de ir
comprometendo, desde já, os próximos orçamentos.
E será certamente esta a fórmula que
será adoptada para apaziguar o descontentamento da classe docente. Aceitará a
contabilização do tempo, fazendo valer os efeitos remuneratórios decorrentes do
descongelamento de uma forma pausada e durante os próximos anos.
Não deixa de ser uma maneira
engenhosa de resolver os problemas, não agradando a gregos nem a troianos, mas
resolve o problema da contestação.
Até para a semana
Rui
Mendes
Sem comentários:
Enviar um comentário