quarta-feira, 4 de outubro de 2017

DIREITO À OPINIÃO - Helder Salgado

                                golpes, golpinhos e golpadas.
                                       a verdade documenta-se
Podia ser uma firma com afinidade objetiva ou, até um conjunto de firmas, uma vez que Golp é comum às três palavras e, há tantos e tantas variedades de desferir golpes. Não lembraria ao demónio este título, mas como eu não conheço essa lendária figura mítica, e conheço uma infinidade de golpes, julgo, não, tenho a certeza, que a palavra GOLP, se aplica a uma larga maioria de pessoas sem carater, sem escrúpulos, que vivem de expediente e tropelias da vontade alheia. Golpes.
Vou ser objetivo no golpe que dei, podendo demonstrá-lo, sem esforço algum. Acreditem que foi um golpe profundo, dado sem vontade, mas que me marcou para sempre, e ainda hoje, passados tantos anos posso partilhá-lo convosco. Um dia, direi melhor uma tarde, no começo do Verão, dei o meu primeiro e único, mas bastante acentuado Golpe. O Zé Rebola, que julgo já não conhecer, sendo eu um menino de sete ou oito anos, e ele, um rapazola das suas dezassete ou dezoito primaveras, trabalhava, temporariamente, na Tapada da Vinha, que o meu pai trazia à renda. Nessa tarde o trabalho consistia em ceifar erva para a égua, acabada de comprar e destinada a ter crias para venda. Era uma achega para o governo da casa. O Zé tinha duas foices, uma nova com bom corte e outra mais antiga. Observei com atenção ou julguei que o fazia, o gesto que o Rebola dava com a foice, quando do corte da erva. Recordo esse dia, como se fosse hoje, quando em Vila Viçosa, espero a Chica Mira, a Guida e a minha mulher, da reunião do Apostolado, sensivelmente, sessenta e sete anos depois, cujo sítio da ocorrência, foi muito próximo, do posteriormente colocado, poste do telefone, na Tapada da Vinha, junto á parede do Neves. Seria demais lembrar-me das foiçadas que dei, mas recordo para sempre o golpe, cuja cicatriz reside no dedo miminho, abarcando cerca de três quartos dele e na mão esquerda. Aproximava-se a hora do jantar e o dedo não parava de sangrar e, receando apanhar algum sopapo ou no minino um raspanete, enrolei o dedo no lenço que rapidamente se ensopou, depois em folhas de alabaças e o estanque não sucedia. O Zé Rebola, também ele com algum receio, tirou-me um atacador das botas, e com força enrolou-o ao dedo. Finalmente o sangue parou de correr. Passei pela fonte e lavei o lenço e os vestígios de sangue. Safei-me. A história do golpe é avivada quando decidi ser operado a três quistos. Julgava que tirar um ou mais quistos, era a mesma coisa. Quando ia a Vila Viçosa à farinha, à Sofal, ia pernoitar ao Alandroal no Monte do meu avô Salgado e, para encurtar caminho, deixava a estrada nova, e, chegado à eira do Zé Bento, metia o carro de varais, puxado pela primeira cria da égua, a mula Mugina, que ficara para o trabalho da casa, pela herdade da Pipeira, direito ao Moinho de Vento, donde já avistava o Monte. O carro já com molas, tinha uma tábua que servia de assento e com outra acoplada a dois ferros, em ângulo reto, chamada de encosto. A um maior trambolhão bati com as costas no encosto, doendo-me, levei a mão ao sítio da dor, dando com um quisto. Não me recordo se participei isto aos meus pais ou não, mas se o tivesse feito, convicto estou, que o quisto ficaria no lugar, onde ainda hoje se encontra. Já para as bandas de Almada e, aparecendo-me mais dois quistos resolvi tirá-los. Um, o do braço direito, não me afetava, ao contrário do outro, o do braço esquerdo, que situado no antebraço, era trilhado pela cinta metálica e circundante das secretárias marca Nacital.
Às 10H00, não me recordo a data, estavam no Hospital de Almada, cinco pessoas preparadas para a tiragem de quistos. A primeira pessoa foi tirar um quisto entre as costelas e, vindo da operação, com uma grande chupeta, bracejava constantemente. Pensei que o mesmo me iria suceder, por causa do quisto das costas. Solicitei a presença do operador e perguntei se era anestesia geral ou parcial, o médico respondeu, - geral por causa do da costas. Respondi - então não tiramos o das costas. Depois de operado aos outros dois quistos, novo pensamento. Dormir no Hospital por causa destes dois golpes? - Não. Observei o dedo e a cicatriz do golpe da foice, refleti e pedi, novamente, a presença do médico. Claro, que o senhor vinha de testa franzida, mas torcendo um pouco o nariz, e, dando-me as suas recomendações, deixou-me sair. Saí à hora da primeira visita, do mesmo dia em que entrei.
GOLPINHOS
Não vou falar dos golpes, que as donas de casa fazem no dia a dia, ou das picadelas quando cozinham ou, daqueles golpinhos, alguns granditos, que no tempo da meus avós, se davam quando a faca ou a navalha escapava devido à dureza do pão, que normalmente, nessa época, as cozeduras davam para oito dias. E, que saudades daquele saboroso pão só de farinha de trigo, farinado nos antigos moinhos da ribeira do Lucifécit. Seria saturá-los com Golpinhos e, não é essa a razão das linhas que vou escrevendo. São outros pequenos, grandes golpes, os preparativos para as Golpadas. São os cochichar em surdina, acompanhados de olhares e gestos, quando alguém que esses "cochichos" não conseguem igualar e muito menos superar, tecem teias viscosas, julgando afastar as pessoas bem-intencionadas, aquelas que sem contrapartidas ou glórias, se dispõem a trabalhar para o bem comum, mas depois da reação destas, mais cedo ou mais tarde, são eles a ficar, para sempre, presos na viscosidade, que criaram, inventaram e espalharam.  São os "sim senhores" os incapazes de operar algo de novo, os continuadores do "mais do mesmo" , os "lambe botas" , com horizontes de circulo fechado, os seguidores da "voz do dono". Aparecem em todos os coletivos, nas associações, nas sociedades, nas confrarias, em qualquer instituição, formando "polvos" de carapaça fechada, e de cabeça oca, atropelando os regulamentos e a lei, desprezando o seu conteúdo, para formar regimes absolutistas, ditatoriais e fascizantes. São os castradores da sociedade tentando subtraindo-lhe as iniciativas, para servir os interesses particulares e políticos, tentando obter benesses e favores para alcançarem objetivos, que eles, só por si, nunca conseguiriam. Há-os de todos os estratos socias, ricos ou pobres, letrados ou não, mas todos eles senhores de uma pobreza de carater, de intenções, destruidores de uma sociedade que se pretende íntegra e valiosa, buscando a perfeição. Subtraem, por artes e manhas, alegando a maioria das vezes o irracional, o que de direito pertence a um povo, para depois entregarem e servirem as forças que eles, de cerviz baixa, obedecem e bajulam. E, assim vão destruindo o que um Povo tem de melhor, a Iniciativa, a sua Cultura, a sua Identidade.
Golpadas
Chegámos, pois, ao capítulo mais expetante, acutilante mesmo, difícil de ler por muitos, porque terão que ler o que eles próprios escreveram, instruíram ou mandaram executar. O que disseram no registo em atas, contratos, protocolos, cuja negatividade está expressa no não cumprimento e na proibição e obstrução dos espaços públicos, e suas benfeitorias, custeadas pelo dinheiro dos contribuintes. As CAUSAS continuem de pé, esperando na sua lenta mas imparável destruição, uma mão benfazeja que não surge, e, quando se pensa que surge é para lhe dar o golpe certeiro de misericórdia. Chegámos ao capítulo cujo grito tem eco nas palavras de José Régio: - Não vou por aí. Não vou, nem fui e, enquanto as minhas capacidades intelectuais, psíquicas e até físicas, mo permitirem não irei por aí . Irei sim por onde o meu pensamento e a minha racional vontade de ver e refletir, sobre os objetivos e as Causas em apreciação mo permitirem. Irei sim de acordo comigo próprio na assunção da palavra dada, do abnegado esforço, do grito da revolta, na discussão e serventia de uma Causa digna, que sirva Todos na preservação dos nossos usos e costumes, das nossas raízes, no fundo, da nossa História e da nossa Identidade. Irei sim pelo caminho que a minha racional visão me mostre e julgo que esteja certo. Com o advento da Democracia permitiu-nos ser não só interventivos, como darmos a nossa opinião, como criativos e indagadores, sem, como é correto, violarmos as regras da boa educação, da decência e da seriedade, não destruindo mas respeitando a vontade alheia, enquanto ela não roçar a maledicência, a intriga ou fraudulência.
 Um homem só é HOMEM quando se assume.
 Hesito em começar, se pelo fim, se pelo princípio dos temas em mente, tendo em conta a relevância de fatos, cujo registo, pela sua gravidade objetiva, merecem menção. Normalmente, e é também meu hábito começar pelos acontecimentos mais distantes, desta vez, não me preocupei.
Golpadas
É prática corrente de quem aspira a ser ganhador do Poder aparecer em associações, clubes, e nos mais diversos coletivos. É o "dar nas vistas", o trampolim para outros voos mais altos, "o tornar-se conhecido", escondendo, por vezes, as suas insuficiências para o desempenho de qualquer cargo.
1 - Vamos à primeira golpada.
Dizem que "a fé remove montanhas" e pergunta-se montanhas de quê? de interesses particulares, coletivos ou políticos?  Não os convido para rezar, mas sim para visitarem o Santuário de Nossa da Senhora da Boa Nova, o ex-libris do Concelho, dar-lhe a devida atenção tendo em conta, estes dados: a ) Caixa 1.pdf Caixa2.pdf Caixa3.pdf Diferença menos, - 25.122,33 em 10 anos E a estes b) Port.Terreno.pdf Propriet. JFTerena.pdf Diferença de tempo, 1987 a 2017 = 30 anos. Prova a incapacidade da Confraria na resolução dos seus problemas, e, a maledicência da Junta de freguesia na aquisição do mesmo. E ainda a estes c) Doc.1.pdf Doc. 2.pdf Doc. 3.pdf Obras iniciadas em 2005 e suspensas por revelia, ficarão assim até à eternidade? É do conhecimento público o estado exterior e interior do Santuário. Atente no vídeo. MOV_0013.mp4 Este é o estado que nos apresenta a cobertura - os telhadinhos - que seria a I Fase dos trabalhos, com o apoio de fundos comunitários. 7 Cobertura.pdf Porque não teve continuidade?

Vamos continuar. Ouvi várias vezes esta frase, Terena respira história, numa direta e clara alusão aos seus monumentos. E eu pergunto, Até quando
De acordo c/o D.R. III série de 14-06-2005, arranca a 1ª Fase dos trabalhos, com a colocação de telhas de zinco.
 Fachada da frente
Interior da Misericórdia

E, mais uma vez em 2005, após o seu início, os trabalhos pararam Já imaginou caro leitor, quando estes Monumentos atingirem sua destruição total, que já se faz sentir, o que sucederá?
A Rua Direita a mais antiga e pitoresca de Terena, cantada por poetas e enaltecida por prosadores, apresenta um elevado estado de degradação e com a degradação que gralha Terena se vai perdendo a sua identidade cultural, onde o Poder Autárquico, não consegue a sensatez suficiente de modificação deste caminhar ruinoso.

Podia tecer alguns comentários ou mais interrogações, mas o comentador tem a verdade documentada, e, usando a Liberdade que a Democracia lhe concede, pose emitir o seu parecer ou opinião, se assim o entender. Obrigado por ter lido.

Obs - Todas as afirmações supra mencionadas estão devidamente documentadas, e poderão ser facultadas a quem me as solicitar - Helder Salgado.
Hélder Salgado. 
Almada, 15-09-2017 

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