golpes,
golpinhos e golpadas.
a
verdade documenta-se
Podia ser uma firma com afinidade objetiva ou, até um
conjunto de firmas, uma vez que Golp é comum às três palavras e, há tantos e
tantas variedades de desferir golpes. Não lembraria ao demónio este título, mas
como eu não conheço essa lendária figura mítica, e conheço uma infinidade de
golpes, julgo, não, tenho a certeza, que a palavra GOLP, se aplica a uma larga
maioria de pessoas sem carater, sem escrúpulos, que vivem de expediente e
tropelias da vontade alheia. Golpes.
Vou ser objetivo no golpe que dei, podendo demonstrá-lo, sem
esforço algum. Acreditem que foi um golpe profundo, dado sem vontade, mas que
me marcou para sempre, e ainda hoje, passados tantos anos posso partilhá-lo
convosco. Um dia, direi melhor uma tarde, no começo do Verão, dei o meu
primeiro e único, mas bastante acentuado Golpe. O Zé Rebola, que julgo já não
conhecer, sendo eu um menino de sete ou oito anos, e ele, um rapazola das suas
dezassete ou dezoito primaveras, trabalhava, temporariamente, na Tapada da
Vinha, que o meu pai trazia à renda. Nessa tarde o trabalho consistia em ceifar
erva para a égua, acabada de comprar e destinada a ter crias para venda. Era
uma achega para o governo da casa. O Zé tinha duas foices, uma nova com bom
corte e outra mais antiga. Observei com atenção ou julguei que o fazia, o gesto
que o Rebola dava com a foice, quando do corte da erva. Recordo esse dia, como
se fosse hoje, quando em Vila Viçosa, espero a Chica Mira, a Guida e a minha
mulher, da reunião do Apostolado, sensivelmente, sessenta e sete anos depois,
cujo sítio da ocorrência, foi muito próximo, do posteriormente colocado, poste
do telefone, na Tapada da Vinha, junto á parede do Neves. Seria demais
lembrar-me das foiçadas que dei, mas recordo para sempre o golpe, cuja cicatriz
reside no dedo miminho, abarcando cerca de três quartos dele e na mão esquerda.
Aproximava-se a hora do jantar e o dedo não parava de sangrar e, receando
apanhar algum sopapo ou no minino um raspanete, enrolei o dedo no lenço que
rapidamente se ensopou, depois em folhas de alabaças e o estanque não sucedia.
O Zé Rebola, também ele com algum receio, tirou-me um atacador das botas, e com
força enrolou-o ao dedo. Finalmente o sangue parou de correr. Passei pela fonte
e lavei o lenço e os vestígios de sangue. Safei-me. A história do golpe é
avivada quando decidi ser operado a três quistos. Julgava que tirar um ou mais
quistos, era a mesma coisa. Quando ia a Vila Viçosa à farinha, à Sofal, ia
pernoitar ao Alandroal no Monte do meu avô Salgado e, para encurtar caminho,
deixava a estrada nova, e, chegado à eira do Zé Bento, metia o carro de varais,
puxado pela primeira cria da égua, a mula Mugina, que ficara para o trabalho da
casa, pela herdade da Pipeira, direito ao Moinho de Vento, donde já avistava o
Monte. O carro já com molas, tinha uma tábua que servia de assento e com outra
acoplada a dois ferros, em ângulo reto, chamada de encosto. A um maior
trambolhão bati com as costas no encosto, doendo-me, levei a mão ao sítio da
dor, dando com um quisto. Não me recordo se participei isto aos meus pais ou
não, mas se o tivesse feito, convicto estou, que o quisto ficaria no lugar,
onde ainda hoje se encontra. Já para as bandas de Almada e, aparecendo-me mais
dois quistos resolvi tirá-los. Um, o do braço direito, não me afetava, ao
contrário do outro, o do braço esquerdo, que situado no antebraço, era trilhado
pela cinta metálica e circundante das secretárias marca Nacital.
Às 10H00, não me recordo a data,
estavam no Hospital de Almada, cinco pessoas preparadas para a tiragem de quistos.
A primeira pessoa foi tirar um quisto entre as costelas e, vindo da operação,
com uma grande chupeta, bracejava constantemente. Pensei que o mesmo me iria
suceder, por causa do quisto das costas. Solicitei a presença do operador e
perguntei se era anestesia geral ou parcial, o médico respondeu, - geral por
causa do da costas. Respondi - então não tiramos o das costas. Depois de
operado aos outros dois quistos, novo pensamento. Dormir no Hospital por causa
destes dois golpes? - Não. Observei o dedo e a cicatriz do golpe da foice,
refleti e pedi, novamente, a presença do médico. Claro, que o senhor vinha de
testa franzida, mas torcendo um pouco o nariz, e, dando-me as suas
recomendações, deixou-me sair. Saí à hora da primeira visita, do mesmo dia em
que entrei.
GOLPINHOS
Não vou falar dos golpes, que as
donas de casa fazem no dia a dia, ou das picadelas quando cozinham ou, daqueles
golpinhos, alguns granditos, que no tempo da meus avós, se davam quando a faca
ou a navalha escapava devido à dureza do pão, que normalmente, nessa época, as
cozeduras davam para oito dias. E, que saudades daquele saboroso pão só de
farinha de trigo, farinado nos antigos moinhos da ribeira do Lucifécit. Seria
saturá-los com Golpinhos e, não é essa a razão das linhas que vou escrevendo.
São outros pequenos, grandes golpes, os preparativos para as Golpadas. São os
cochichar em surdina, acompanhados de olhares e gestos, quando alguém que esses
"cochichos" não conseguem igualar e muito menos superar, tecem teias
viscosas, julgando afastar as pessoas bem-intencionadas, aquelas que sem contrapartidas
ou glórias, se dispõem a trabalhar para o bem comum, mas depois da reação
destas, mais cedo ou mais tarde, são eles a ficar, para sempre, presos na
viscosidade, que criaram, inventaram e espalharam. São os "sim senhores" os incapazes
de operar algo de novo, os continuadores do "mais do mesmo" , os
"lambe botas" , com horizontes de circulo fechado, os seguidores da
"voz do dono". Aparecem em todos os coletivos, nas associações, nas
sociedades, nas confrarias, em qualquer instituição, formando "polvos"
de carapaça fechada, e de cabeça oca, atropelando os regulamentos e a lei,
desprezando o seu conteúdo, para formar regimes absolutistas, ditatoriais e
fascizantes. São os castradores da sociedade tentando subtraindo-lhe as
iniciativas, para servir os interesses particulares e políticos, tentando obter
benesses e favores para alcançarem objetivos, que eles, só por si, nunca
conseguiriam. Há-os de todos os estratos socias, ricos ou pobres, letrados ou
não, mas todos eles senhores de uma pobreza de carater, de intenções,
destruidores de uma sociedade que se pretende íntegra e valiosa, buscando a
perfeição. Subtraem, por artes e manhas, alegando a maioria das vezes o
irracional, o que de direito pertence a um povo, para depois entregarem e
servirem as forças que eles, de cerviz baixa, obedecem e bajulam. E, assim vão
destruindo o que um Povo tem de melhor, a Iniciativa, a sua Cultura, a sua
Identidade.
Golpadas
Chegámos, pois, ao capítulo mais
expetante, acutilante mesmo, difícil de ler por muitos, porque terão que ler o
que eles próprios escreveram, instruíram ou mandaram executar. O que disseram
no registo em atas, contratos, protocolos, cuja negatividade está expressa no
não cumprimento e na proibição e obstrução dos espaços públicos, e suas
benfeitorias, custeadas pelo dinheiro dos contribuintes. As CAUSAS continuem de
pé, esperando na sua lenta mas imparável destruição, uma mão benfazeja que não
surge, e, quando se pensa que surge é para lhe dar o golpe certeiro de
misericórdia. Chegámos ao capítulo cujo grito tem eco nas palavras de José
Régio: - Não vou por aí. Não vou, nem fui e, enquanto as minhas capacidades
intelectuais, psíquicas e até físicas, mo permitirem não irei por aí . Irei sim
por onde o meu pensamento e a minha racional vontade de ver e refletir, sobre
os objetivos e as Causas em apreciação mo permitirem. Irei sim de acordo comigo
próprio na assunção da palavra dada, do abnegado esforço, do grito da revolta,
na discussão e serventia de uma Causa digna, que sirva Todos na preservação dos
nossos usos e costumes, das nossas raízes, no fundo, da nossa História e da
nossa Identidade. Irei sim pelo caminho que a minha racional visão me mostre e
julgo que esteja certo. Com o advento da Democracia permitiu-nos ser não só
interventivos, como darmos a nossa opinião, como criativos e indagadores, sem,
como é correto, violarmos as regras da boa educação, da decência e da
seriedade, não destruindo mas respeitando a vontade alheia, enquanto ela não
roçar a maledicência, a intriga ou fraudulência.
Um homem só é HOMEM quando se assume.
Hesito em começar, se pelo fim, se pelo princípio
dos temas em mente, tendo em conta a relevância de fatos, cujo registo, pela
sua gravidade objetiva, merecem menção. Normalmente, e é também meu hábito
começar pelos acontecimentos mais distantes, desta vez, não me preocupei.
Golpadas
É prática corrente de quem aspira a
ser ganhador do Poder aparecer em associações, clubes, e nos mais diversos
coletivos. É o "dar nas vistas", o trampolim para outros voos mais
altos, "o tornar-se conhecido", escondendo, por vezes, as suas
insuficiências para o desempenho de qualquer cargo.
1 -
Vamos à primeira golpada.
Dizem que "a fé remove
montanhas" e pergunta-se montanhas de quê? de interesses particulares,
coletivos ou políticos? Não os convido
para rezar, mas sim para visitarem o Santuário
de Nossa da Senhora da Boa Nova, o ex-libris do Concelho, dar-lhe a devida
atenção tendo em conta, estes dados: a ) Caixa 1.pdf Caixa2.pdf Caixa3.pdf
Diferença menos, - 25.122,33 em 10 anos E a estes b) Port.Terreno.pdf Propriet.
JFTerena.pdf Diferença de tempo, 1987 a 2017 = 30 anos. Prova a incapacidade da Confraria na resolução dos
seus problemas, e, a maledicência da Junta de freguesia na aquisição do mesmo.
E ainda a estes c) Doc.1.pdf Doc. 2.pdf Doc. 3.pdf Obras iniciadas em 2005 e
suspensas por revelia, ficarão assim até à eternidade? É do conhecimento
público o estado exterior e interior do Santuário. Atente no vídeo.
MOV_0013.mp4 Este é o estado que nos apresenta a cobertura - os telhadinhos - que
seria a I Fase dos trabalhos, com o apoio de fundos comunitários. 7
Cobertura.pdf Porque não teve
continuidade?
Vamos continuar. Ouvi várias vezes
esta frase, Terena respira história,
numa direta e clara alusão aos seus monumentos. E eu pergunto, Até quando?
De acordo c/o D.R. III série de 14-06-2005, arranca a 1ª Fase dos
trabalhos, com a colocação de telhas de zinco.
Fachada
da frente
Interior
da Misericórdia
E, mais uma vez em 2005, após o seu início,
os trabalhos pararam Já imaginou caro leitor, quando estes Monumentos atingirem
sua destruição total, que já se faz sentir, o que sucederá?
A Rua Direita a mais antiga e
pitoresca de Terena, cantada por poetas e enaltecida por prosadores, apresenta
um elevado estado de degradação e com a degradação que gralha Terena se vai
perdendo a sua identidade cultural, onde o Poder Autárquico, não consegue a
sensatez suficiente de modificação deste caminhar ruinoso.
Podia tecer alguns comentários ou
mais interrogações, mas o comentador tem a verdade documentada, e, usando a
Liberdade que a Democracia lhe concede, pose emitir o seu parecer ou opinião,
se assim o entender. Obrigado por ter lido.
Obs - Todas as afirmações supra mencionadas estão devidamente documentadas, e poderão ser facultadas a quem me as solicitar - Helder Salgado.
Obs - Todas as afirmações supra mencionadas estão devidamente documentadas, e poderão ser facultadas a quem me as solicitar - Helder Salgado.
Hélder Salgado.
Almada, 15-09-2017
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