RUI MENDES
NO RESCALDO DAS ELEIÇÕES
Estamos na fase de rescaldo das eleições autárquicas realizadas
no passado dia 1.
Alguns dos seus efeitos começam
agora a ser sentidos.
Importará pois fazer as 3 leituras
que se poderão tirar do resultado destas eleições: a nacional, a regional
e a local.
Fazemos estas leituras na forma
primeira em como estas eleições são avaliadas, pela conquista de
presidências de câmara, e não por outra forma como seja pelo número de
votos, pela eleição de vereadores, de deputados municipais ou de membros
dos executivos das juntas de freguesias.
Os resultados nacionais mostram, com
evidência, que houve dois vencedores e dois vencidos.
O principal vencedor foi o PS que
ganha 160 presidências de câmara, e reforça assim uma posição de hegemonia
ganha em 2013 com a então conquista de 150 presidências (em ambos os casos
uma em coligação).
O segundo vencedor foi o CDS que
ganhou mais uma presidência de câmara, vencendo 6 câmaras municipais, e
porque em listas de coligação contribuiu para a eleição de 19 presidentes
de câmara.
Obteve ainda resultados expressivos em Lisboa e Porto, sendo a 2ª força política em Lisboa, e apoiando a lista que venceu, com maioria absoluta, o município do Porto.
Obteve ainda resultados expressivos em Lisboa e Porto, sendo a 2ª força política em Lisboa, e apoiando a lista que venceu, com maioria absoluta, o município do Porto.
O principal derrotado é a CDU. Teve
o seu pior resultado autárquico, que se reflecte na perda de 10 presidências de
câmaras, algumas delas sempre na sua posse, casos de Almada ou Castro Verde,
perdendo também influência na região que o PCP já dominou quase em absoluto. É
o grande derrotado.
O segundo derrotado é o PSD que
perde 8 presidências de câmaras e é relegado para 3ª força em Lisboa e Porto.
Para além das perdas teve também uma notória derrota psicológica.
A CDU terá suportado custos com o
apoio à governação, até porque a campanha foi muito centrada em temas
nacionais, em especial os indicadores económicos e o pré debate do OE/2018.
Veremos qual será o custo final?
Também teremos que referir que as
listas constituídas por Grupos de Cidadãos vão fazendo o seu caminho e, de
eleição para eleição, vão conseguindo ganhar mais Câmaras (7 em 2009, 13 em
2013 e 17 em 2017).
Os resultados regionais mostram uma
predominância na região do PS, partido que ganhou câmaras à CDU e ao PSD.
Quanto aos derrotados na região
também aqui haverá que referir dois. A CDU e o PSD. Ambos perdem influência na
região e permitem que o PS seja, per si, a força política maioritária na
região.
De resto, tirando a vitória de
algumas listas qualificadas de independentes, nada haverá a referir.
Já os resultados locais permitiram à
CDU garantir a maioria absoluta na câmara municipal elegendo 4 dos 7
vereadores, pese embora tenha uma perda de votos de cerca de 9% em relação ao
resultado obtido em 2013.
Interessante é fazermos o exercício
do somatório dos votos obtidos pelo PSD e CDS, que permitiria tirar a maioria
absoluta à CDU, e naturalmente
daria um certo poder de influência,
resultante da eleição de 2 vereadores. É tudo uma questão de visão e de
estratégia, ou de falta delas, e de identificar os adversários políticos, algo
que parece não ser evidente.
Mas sendo estes os resultados não se
prevê assim alterações. Localmente falando teremos mais do mesmo.
Até para a semana
Rui Mendes


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