segunda-feira, 9 de outubro de 2017

AS CRONICAS DE OPINIÃO TRANSMITIDAS NA RÁDIO DIANA/FM ESTÃO DE REGRESSO

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MARIA HELENA FIGUEIREDO
Inicio hoje a minha colaboração a convite da DianaFM nesta rubrica de crónicas semanais. Espero poder contribuir para a reflexão conjunta sobre as questões que no dia a dia nos tocam. Umas vezes mais complexas outras mais simples, mas todas elas fazendo parte do nosso quotidiano.
Inevitavelmente os últimos dias têm sido marcados por cá pelo rescaldo das eleições autárquicas.
O Bloco de Esquerda em Évora, como no resto do país cresceu em número de votos e elegeu representantes para as assembleias das maiores freguesia urbanas, o que aconteceu pela primeira vez, para além de ter mantido a representação na Assembleia Municipal.
Mas apesar desses resultados positivos, o crescimento do Bloco de Esquerda ficou aquém das expectativas e sobretudo não permite determinar as soluções para futuro que as votações do passado dia 1 de Outubro vão impor.
É que estas eleições autárquicas vieram alterar o xadrez político e ainda não se sabe exactamente o impacto que esta alteração irá ter na governação do concelho e sobretudo nas juntas de freguesia da cidade.
Na Câmara Municipal manteve-se a composição partidária anterior com 4 eleitos pela CDU, 2 pelo Partido Socialista e um pelo PSD.
A CDU manteve a Câmara Municipal é certo, mas perdeu significativamente votos- Perdeu quase 2.400 votos e, sobretudo, perdeu a maioria nas principais assembleias de freguesia urbanas.
Esta perda de maioria da CDU na Malagueira e Horta das Figueiras e no Bacelo e Senhora da Saúde, que nesta última coloca até CDU e Partido Socialista em igualdade de número de eleitos, impõem o entendimento entre forças políticas para que seja viabilizada a formação das respectivas Juntas.
Por um voto, o Bloco de Esquerda perdeu o seu eleito para a Assembleia de freguesia do Centro Histórico, onde no mandato que agora termina, integrou a Junta de Freguesia viabilizando assim uma solução de governação maioritária à esquerda com a CDU.
Por outro lado, a solução que vier a ser encontrada terá também impacto na composição da Assembleia Municipal uma vez que, para além dos representantes directamente eleitos, os presidentes das juntas de freguesia integram a Assembleia Municipal.
Resta pois saber quais as opções de alianças que as duas forças políticas mais votadas – a CDU e o Partido Socialista – irão seguir, se estão disponíveis para encontrar soluções de governação destas juntas de freguesia sem alianças à direita ou se, pelo contrário, não resistem à tentação de se aliar, consoante os casos, ao PSD ou ao CDS.
Tenho para mim que quem votou CDU ou quem votou PS terá muita dificuldade em ver que o seu voto afinal serviu para que os seus eleitos se aliassem à direita.
A ver vamos, como se costuma dizer.
Até para a semana.

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