MARIA HELENA FIGUEIREDO
Inicio hoje a minha colaboração a convite da DianaFM
nesta rubrica de crónicas semanais. Espero poder contribuir para a reflexão
conjunta sobre as questões que no dia a dia nos tocam. Umas vezes mais
complexas outras mais simples, mas todas elas fazendo parte do nosso
quotidiano.
Inevitavelmente os últimos dias têm sido marcados por
cá pelo rescaldo das eleições autárquicas.
O Bloco de Esquerda em Évora, como no resto do país
cresceu em número de votos e elegeu representantes para as assembleias das
maiores freguesia urbanas, o que aconteceu pela primeira vez, para além de ter
mantido a representação na Assembleia Municipal.
Mas apesar desses resultados positivos, o crescimento
do Bloco de Esquerda ficou aquém das expectativas e sobretudo não permite
determinar as soluções para futuro que as votações do passado dia 1 de Outubro
vão impor.
É que estas eleições autárquicas vieram alterar o
xadrez político e ainda não se sabe exactamente o impacto que esta alteração
irá ter na governação do concelho e sobretudo nas juntas de freguesia da
cidade.
Na Câmara Municipal manteve-se a composição partidária
anterior com 4 eleitos pela CDU, 2 pelo Partido Socialista e um pelo PSD.
A CDU manteve a Câmara Municipal é certo, mas perdeu
significativamente votos- Perdeu quase 2.400 votos e, sobretudo, perdeu a
maioria nas principais assembleias de freguesia urbanas.
Esta perda de maioria da CDU na Malagueira e Horta das
Figueiras e no Bacelo e Senhora da Saúde, que nesta última coloca até CDU e
Partido Socialista em igualdade de número de eleitos, impõem o entendimento
entre forças políticas para que seja viabilizada a formação das respectivas
Juntas.
Por um voto, o Bloco de Esquerda perdeu o seu eleito
para a Assembleia de freguesia do Centro Histórico, onde no mandato que agora
termina, integrou a Junta de Freguesia viabilizando assim uma solução de
governação maioritária à esquerda com a CDU.
Por outro lado, a solução que vier a ser encontrada
terá também impacto na composição da Assembleia Municipal uma vez que, para
além dos representantes directamente eleitos, os presidentes das juntas de
freguesia integram a Assembleia Municipal.
Resta pois saber quais as opções de alianças que as
duas forças políticas mais votadas – a CDU e o Partido Socialista – irão
seguir, se estão disponíveis para encontrar soluções de governação destas
juntas de freguesia sem alianças à direita ou se, pelo contrário, não resistem
à tentação de se aliar, consoante os casos, ao PSD ou ao CDS.
Tenho para mim que quem votou CDU ou quem votou PS
terá muita dificuldade em ver que o seu voto afinal serviu para que os seus
eleitos se aliassem à direita.
A ver vamos, como se costuma dizer.
A ver vamos, como se costuma dizer.
Até para a semana.
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