MARIA HELENA FIGUEIREDO
GOVERNAR À ESQUERDA…
Passou
quase 1 mês sobre as eleições autárquicas e as previsíveis dificuldades que
aqui então suscitei sobre a constituição das Juntas de Freguesia urbanas de
Évora têm vindo a verificar-se.
É que, como se
sabe, nenhuma força política ganhou as eleições com maioria absoluta nestas
três Uniões de Freguesia e, por isso, a solução que vier a ser encontrada tem
que resultar de negociação. É preciso que quem obteve mais votos e que, por
isso, tem a Presidência da Junta, negoceie com outras forças política uma
solução que lhe permita formar o executivo.
Quer se goste quer
não, é à força política mais votada que cabe a iniciativa de fazer proposta. É
assim que funciona a democracia.
No Centro
Histórico a CDU, apesar de não ter a maioria absoluta, conseguiu os
entendimentos necessários para formar a Junta com elementos exclusivamente
seus, ficando, em contrapartida, o Partido Socialista com a presidência da
Assembleia de Freguesia.
Já o mesmo não
aconteceu na Malagueira e Horta das Figueiras e no Bacêlo e Senhora da Saúde.
Em qualquer
destas, a CDU foi também a força mais votada, mas em nenhuma foi possível
eleger a respectiva Junta.
Quer na Malagueira
e Horta das Figueiras, primeiro, quer no Bacêlo e Senhora da Saúde depois, a
CDU pôs a votação por duas vezes as suas propostas.
Em todos os casos
as propostas incluíam a participação no executivo do Partido Socialista, a
segunda força mais votada, mantendo a CDU a maioria.
Foram feitas também
propostas que incluíam, para além da CDU e do Partido Socialista, o Bloco de
Esquerda. Mas o Partido Socialista não aceitou, em nenhum dos casos qualquer
das propostas para integrar o executivo nos moldes em que foram feitas.
Esta não é, para
já, uma situação crítica. Há espaço ainda para serem feitas novas propostas e
terá sempre que ser a CDU a fazê-las, não apenas porque é a força politica mais
votada mas porque a lei assim o determina.
Claro que nestas
situações cada partido procurará reforçar a sua posição, seja na Junta seja na
Mesa da Assembleia de Freguesia, mas importa não esquecer que quem ganhou as
eleições e tem a Presidência deve ter condições para governar a freguesia.
Dificilmente os
cidadãos compreenderiam o bloqueio da acção da Junta ou, no limite, ter de novo
eleições, por incapacidade de encontrar soluções de governação ou por meros
interesses ou táticas partidárias.
Aliás, a rejeição
das inevitabilidades e a capacidade para encontrar soluções políticas é o que
diferencia a democracia.
Esperemos que
também nestas duas Uniões de Freguesias seja encontrado rapidamente o
entendimento para a sua governação. E que esse entendimento seja encontrado à
esquerda.
Até para a semana.
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