segunda-feira, 30 de outubro de 2017

A CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM

                                                                  
                                                                         MARIA HELENA FIGUEIREDO
                                                GOVERNAR À ESQUERDA…
Passou quase 1 mês sobre as eleições autárquicas e as previsíveis dificuldades que aqui então suscitei sobre a constituição das Juntas de Freguesia urbanas de Évora têm vindo a verificar-se.
É que, como se sabe, nenhuma força política ganhou as eleições com maioria absoluta nestas três Uniões de Freguesia e, por isso, a solução que vier a ser encontrada tem que resultar de negociação. É preciso que quem obteve mais votos e que, por isso, tem a Presidência da Junta, negoceie com outras forças política uma solução que lhe permita formar o executivo.
Quer se goste quer não, é à força política mais votada que cabe a iniciativa de fazer proposta. É assim que funciona a democracia.
No Centro Histórico a CDU, apesar de não ter a maioria absoluta, conseguiu os entendimentos necessários para formar a Junta com elementos exclusivamente seus, ficando, em contrapartida, o Partido Socialista com a presidência da Assembleia de Freguesia.
Já o mesmo não aconteceu na Malagueira e Horta das Figueiras e no Bacêlo e Senhora da Saúde.
Em qualquer destas, a CDU foi também a força mais votada, mas em nenhuma foi possível eleger a respectiva Junta.
Quer na Malagueira e Horta das Figueiras, primeiro, quer no Bacêlo e Senhora da Saúde depois, a CDU pôs a votação por duas vezes as suas propostas.
Em todos os casos as propostas incluíam a participação no executivo do Partido Socialista, a segunda força mais votada, mantendo a CDU a maioria.
Foram feitas também propostas que incluíam, para além da CDU e do Partido Socialista, o Bloco de Esquerda. Mas o Partido Socialista não aceitou, em nenhum dos casos qualquer das propostas para integrar o executivo nos moldes em que foram feitas.
Esta não é, para já, uma situação crítica. Há espaço ainda para serem feitas novas propostas e terá sempre que ser a CDU a fazê-las, não apenas porque é a força politica mais votada mas porque a lei assim o determina.
Claro que nestas situações cada partido procurará reforçar a sua posição, seja na Junta seja na Mesa da Assembleia de Freguesia, mas importa não esquecer que quem ganhou as eleições e tem a Presidência deve ter condições para governar a freguesia.
Dificilmente os cidadãos compreenderiam o bloqueio da acção da Junta ou, no limite, ter de novo eleições, por incapacidade de encontrar soluções de governação ou por meros interesses ou táticas partidárias.
Aliás, a rejeição das inevitabilidades e a capacidade para encontrar soluções políticas é o que diferencia a democracia.
Esperemos que também nestas duas Uniões de Freguesias seja encontrado rapidamente o entendimento para a sua governação. E que esse entendimento seja encontrado à esquerda.
Até para a semana.



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